03/11/2023 às 14:24

ESPECIAL: Como os hubs de inovação do agro podem ser um caminho para o pequeno e médio produtor

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Hubs de inovação do agronegócio são espaços que reúnem diferentes atores do setor para promover a colaboração e o desenvolvimento de soluções eficazes e sustentáveis. No Brasil, alguns exemplos são o AgriHub, o Pulse e o Cocriagro.

Paulo Sendin, engenheiro agrônomo e membro da Governança AgroValley Londrina, pontua que a integração é o principal ativo oferecido pelos hubs. “O ecossistema de inovação se beneficia da existência do hub por este ser uma boa representação física, concreta, do conceito de 'ecossistema', ao reunir atores e promover a interação entre eles”.

Segundo o Radar Agtech, o País conta com 1,703 mil startups voltadas ao agronegócio. Tende a ser mais fácil, em ambientes como hubs, encontrar oportunidades de parcerias bem-sucedidas para o desenvolvimento de soluções inovadoras e financeiramente viáveis.



Ademais, por buscarem soluções que geram valor e insights para as agtechs, as atividades dos hubs são fundamentais para um setor que necessita, cada vez mais, ser inovador.

Para o deputado paranaense Tiago Amaral, a instalação de hubs em municípios voltados para o agro e com ímpeto inovador tende a atrair mais investimentos, o que pode gerar um efeito cascata. “Como essas empresas combinam tecnologia e agricultura para fornecer soluções inovadoras, elas ajudam os agricultores a tomar decisões com maior embasamento em informações e também permitem reduzir custos e otimizar o uso de recursos naturais [...] estamos falando também de empregos qualificados e investimentos para a região, impulsionando a economia local".

O conceito de inovação aberta ilustra a importância da diversidade para o contexto do ecossistema de inovação. “É a possibilidade de você ter fluxos de ideias para além daquilo que a empresa estava prevendo […] quando a gente fala de captar ideias fortes e fluxos de ideias, a gente tá falando de inovação aberta”, assinala Tatiana Fiuza, head de inovação do Cocriagro.



Ela também pontua que fomentar a criação de espaços, como os hubs de inovação para o agronegócio, preenche uma lacuna persistente no mercado. “Ainda não é muito comum, apesar de termos bastante startups. Ainda tem um entrave nessa questão da inovação aberta. E não só na inovação aberta, no sentido das startups, mas, principalmente, no sentido de pesquisa […] ajudar a validar essa tecnologia para que, de fato, funcione no campo”.

Desenvolver a cultura de colaboração ainda pode ser um dos grandes desafios que os hubs enfrentam, por isso, iniciativas que agregam a participação do Estado, de startups e dos próprios hubs fazem parte do fortalecimento de uma cultura que requer engajamento.

Além de promover a conexão entre os principais atores do setor produtivo, o hub possibilita a criação de um ambiente mais inovador, já que as atividades podem ser desenvolvidas de forma conjunta.

“No caso do hub, ele faz justamente essa ponta final, de levar a solução. Em relação ao ecossistema, ele tem que ter uma incubadora, empresas que transformarão a ciência de base em algum produto ou inovação; têm que ter aceleradoras, que investirão nas startups, fundos de investimentos e diversos tipos de agentes e os hubs fazem parte desse ecossistema […] na hora de chegar no cliente, o hub é um dos agentes para acelerar essa conexão”, destaca Otávio Celidônio, ex-diretor-executivo do Agrihub.
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