O agronegócio brasileiro vai começar o próximo ano aquecido, impulsionado pela tecnologia e pela transição climática. O setor deve intensificar a busca por profissionais com domínio em ciência de dados, inteligência artificial, sustentabilidade e áreas técnicas, afirma Leonardo Berto, gerente da Robert Half.

“Além da competição com outros setores para recrutar especialistas em áreas como relacionadas à tecnologia, o agronegócio enfrenta o desafio de reter talentos em ambientes que nem sempre são atrativos para esses profissionais”, afirma Berto. Para o especialista, a complexidade do setor também exige perfis especializados, e que, dificilmente são transferíveis com outros setores.

Porém, o agronegócio vai além do campo, e abrange toda uma cadeia produtiva, com insumos, logística, traders de commodities e serviços financeiros. Dessa forma, multinacionais já consolidadas e negócios familiares demandam diferentes perfis.

Outro ponto é o da sazonalidade do agronegócio que também influencia o mercado. Períodos de maior demanda trazem contratações intensivas. Já nas áreas mais estáveis as oportunidades são encontradas ao longo do ano.

Os polos com alta demanda também precisam de atenção. Apesar da maioria dos profissionais do agro esperarem trabalhar em regiões rurais, a distribuição de vagas não é igual para todos os lugares, sendo necessário entender a oferta de oportunidades em cada uma.

A tecnologia também mudou o perfil das contratações. Processos manuais deram lugar à automação, e a demanda agora abrange especialistas em tecnologia, jurídico e tributário. Além disso, as mudanças climáticas ampliaram a busca por profissionais voltados à sustentabilidade e práticas agrícolas regenerativas.