18/03/2024 às 12:12
ApexBrasil posiciona o agronegócio sustentável brasileiro durante o World Agri-Tech Innovation Summit 2024, na Califórnia
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Nos últimos anos, o Brasil tem desenvolvido um vibrante ecossistema de agricultura digital, com potencial para melhorar a eficiência e a produtividade da agricultura global, reduzindo os custos e os impactos ambientais da atividade. De forma a tornar este cenário mais difundido, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) realizará um seminário técnico durante o World Agri-tech Innovation Summit (WAIS) 2024, que ocorrerá de 19 a 20 de março, em São Franciso, Califórnia (EUA). A conferência, anual, tem como objetivo promover o debate sobre as tendências e oportunidades do setor de tecnologia agrícola no mundo. Para o Brasil, o evento é uma oportunidade de reforçar o posicionamento do país no contexto da economia de baixo carbono.Além de apresentações técnicas envolvendo a Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo (SDI), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a ApexBrasil selecionou três startups nacionais para apresentar ao seleto público de investidores e formadores de opinião convidados, o potencial da tecnologia agropecuária brasileira.As startups Ecotrace, que atua com rastreabilidade na cadeia de alimentos; Muda Meu Mundo, focada no empoderamento do proprietário rural no comércio; e Moss Earth, dedicada ao mercado de créditos de carbono, são as empresas brasileiras que participarão do evento com o apoio da ApexBrasil. Na ocasião, estas companhias terão a oportunidade de apresentar suas soluções para potenciais clientes e investidores interessados na tecnologia e no comércio internacional de seus produtos.Uma dessas oportunidades será a participação em eventos paralelos privados organizados pela SVG Ventures-THRIVE, uma plataforma líder em inovação e investimento AgriFood sediada no Vale do Silício. Com uma comunidade de mais de 10.000 startups de 100 países, além de mais de 30 parceiros corporativos, a SVG-THRIVE investe, acelera e cria amplo acesso para empreendedores escalarem seus negócios internacionalmente, resolvendo os maiores desafios enfrentados pelas indústrias de alimentos e agricultura.De acordo com a ApexBrasil, a proposta de participar da WAIS tem como objetivo ampliar o diálogo internacional, promovendo a força do agronegócio brasileiro, cuja atividade responde por aproximadamente 25% do Produto Interno Bruto (PIB) Nacional. Ao mesmo tempo, o evento é mais uma oportunidade para reforçar a posição do país enquanto potência agrícola, apresentando novas oportunidades aos parceiros de negócios, formadores de opinião e investidores internacionais, amparadas na disseminação dos aspectos tecnológicos, inovadores e científicos presentes na produção agropecuária brasileira.“Nesse contexto, torna-se importante difundir a perspectiva histórica de que, em quatro décadas, o Brasil foi capaz de criar um modelo sustentável e competitivo de agricultura tropical, sem paralelo no mundo”, afirma o gerente de Agronegócio da ApexBrasil, André Müller. “Contabilizamos hoje mais de vinte hubs de pesquisa e desenvolvimento tecnológico distribuídos por todo território nacional, e mais de duas mil startups focadas em soluções para a agropecuária - as agritechs”, afirma Müller.:: Eixos temáticosA participação Brasileira na WAIS 2024 se concentrará em dois grandes eixos: mudança do clima, com ênfase naquilo que o Brasil vem fazendo para conciliar produção agrícola, sustentabilidade ambiental e economia de baixo carbono; e tecnologia para a agricultura sustentável, mostrando o potencial das agritechs e das soluções tecnológicas para promover e assegurar a sustentabilidade da agricultura, por meio da inovação. O objetivo é incitar o diálogo com os formadores de opinião referente a esta temática nos Estados Unidos.A escolha dessas temáticas reflete uma agenda convergente às estratégias para o Estado da Califórnia, onde as preocupações com os efeitos da mudança do clima e a busca por soluções de energia limpa e renovável estão na linha de frente do debate público. Do mesmo modo, dado o elevado perfil tecnológico da Área da Baía, será ressaltado o papel da tecnologia no desenvolvimento sustentável, temática que mobiliza esforços e atrai interesse de empresas, universidades e startups do Vale do Silício.“Projetos de carbono possuem particularidades a depender da metodologia a ser utilizadas a depender da integração entre tecnologias, cadeia produtiva e gestão. Nesse cenário a ApexBrasil tem buscado promover os projetos que integrem novas tecnologias e que podem influenciar a forma como é feita a agricultura atualmente no Brasil, trazendo melhorias para a agricultura na redução das emissões ou aumento do estoque de carbono no solo, fomentar, por exemplo, novas práticas de rotação de culturas, de cobertura do solo, trazendo eficiência no uso da água e de fertilizantes. Esta é uma agenda que tem convergência e potencial comercial e de cooperação técnica entre Brasil e EUA.”, afirma André Muller.:: O potencial do BrasilUm estudo da McKinsey aponta que o Brasil tem potencial de representar 15% das oportunidades globais de captura de carbono por meio de soluções baseadas na natureza (NBS, do inglês Nature-Based Solutions). O mesmo estudo estima que o mercado mundial de créditos de carbono deve saltar de US$ 1 bilhão em 2022 para US$ 50 bilhões em 2030 mundo, enquanto. A estimativa para o Brasil é de que a receita gerada com esta atividade seja de US$7,5 bi ao ano em 2030, apenas com créditos obtidos por meios naturais. É válido ressaltar que no contexto da mudança do clima, as soluções baseadas na natureza são um conjunto de ações que reduzem ou removem emissões de gases de efeito estufa, protegendo e restaurando ecossistemas naturais e modificados, o que beneficia simultaneamente as pessoas e a natureza.Segundo dados de emissão de créditos de carbono certificados pela Verra, o Brasil é o terceiro país que mais emite créditos de AFOLU (Agricultura, Florestas e Uso do Solo) no mundo, atrás apenas de Indonésia e Peru. Brasil, Peru e Colômbia formam um bloco que representa 38% do total de créditos de carbono de AFOLU emitidos pela Verra, oriundos principalmente de projetos de REDD+ na Amazônia, e ⅔ de todos os créditos de projetos NBS emitidos em 2023 - considerando todas as certificadoras existentes no mundo. O Brasil representa hoje 13% do total de créditos emitidos, e possui enorme potencial para a implantação e oferta de projetos de ARR e ALM.:: Califórnia e BrasilA Califórnia é o Estado mais populoso e a maior A economia do Estado da Califórnia é a maior dos Estados Unidos, representativos de aproximadamente 14% do total do Produto Interno Bruto do País. Caso Se fosse um país independente, seria o quinto maior PIB do mundo (US$ 3,6 trilhões em 2023).A Área da Baía de São Francisco é o maior e mais influente centro de tecnologia global. O Vale do Silício, em particular, é o ecossistema de inovação mais importante do mundo e abriga algumas das empresas de alta tecnologia mais valiosas na atualidade, tais como Apple, Google, Meta, Nvidia, Intel, dentre outras. Possui um ambiente dinâmico de centros de pesquisa, universidades, laboratórios, fundos de investimento, startups, incubadoras e aceleradoras nos mais diversos setores e responde por quase um terço de todo o investimento de capital de risco nos Estados Unidos. Além disso, é líder mundial em número de unicórnios e decacórnios. A título de comparação, segundo dados da Forbes, entre as 50 novas e mais promissoras empresas privadas de inteligência artificial do País, 34 estão na Área da Baía ou no Vale do Silício.Menos conhecido é o fato de que o Estado da Califórnia é o maior produtor agrícola nos EUA e responde por aproximadamente 13.5% da receita em agricultura no país, com destaque para frutas, castanhas, verduras e legumes. O Vale Central da Califórnia, é uma das regiões agrícolas mais produtivas do mundo, com cerca de 230 culturas cultivadas na região. Na área de produtos orgânicos, a Califórnia é responsável por 36% de toda a produção norte-americana e o setor segue em crescimento. Devido à sua escala e ao clima árido, o setor agrícola utiliza cerca de 40% do consumo de água da Califórnia, afetando também o nível de poluição das águas subterrâneas, o que representa um desafio de sustentabilidade que as autoridades buscam resolver.A Califórnia é o principal parceiro comercial do Brasil nos Estados Unidos e seu principal superávit de comércio com o País. Não obstante, ainda existe amplo espaço para o incremento das relações de comércio nos dois sentidos. Em 2022, a Califórnia exportou mais de US$ 1,4 bilhão para o Brasil, notadamente equipamentos de transporte, computadores e produtos eletrônicos, produtos químicos e máquinas não elétricas. Já a Califórnia importou US$ 6,2 bilhões do Brasil em 2022, com destaque para petróleo e gás, manufaturas de metais primários e alimentos processados.
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