09/10/2024 às 15:14

Balança comercial brasileira de frutas e hortaliças está negativa até agosto de 2024

Compartilhar
A balança comercial brasileira de frutas e hortaliças frescas registrou um saldo negativo na parcial de 2024 (até agosto), um resultado incomum, de acordo com a avaliação da equipe da revista Hortifruti Brasil, publicação do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.

No setor de frutas, os dados do Comex Stat, compilados e analisados pelo Cepea, indicam que as exportações de boa parte das frutas apresentam desempenho positivo. No entanto, as importações superaram esse crescimento, mesmo com a valorização do dólar frente ao Real, gerando um déficit expressivo. Desde 1997, ano em que teve início a série histórica do Comex Stat, poucos foram os períodos de balança comercial negativa – com déficit registrado apenas em 1997, 1998 e 2014 (considerando o código SH08, que inclui frutas, cascas de frutos cítricos e melões).

De acordo com a equipe da Hortifruti Brasil, o aumento das importações está relacionado às grandes aquisições de frutas que têm produção limitada no Brasil, como pera, kiwi e frutas de caroço (ameixa, pêssego e nectarina), além de compras de frutas que já são amplamente cultivadas no país, como maçã, uva e laranja. Nesses casos, as importações servem para complementar a produção doméstica, que se encontra reduzida.

Quanto às hortaliças, a balança comercial segue deficitária, conforme os dados do Comex Stat (código SH07, que inclui hortaliças, plantas, raízes e tubérculos comestíveis). Isso reflete o fato de o Brasil ser um importador líquido desses produtos, ou seja, o país costuma adquirir mais do exterior do que exporta.

Perspectivas para o restante do ano

Há, no entanto, a possibilidade de mudança nesse cenário. Com base nos resultados parciais de 2024 (de janeiro a agosto) e na média dos últimos cinco anos para os meses de setembro a dezembro, espera-se que a balança comercial de frutas frescas possa fechar o ano com saldo positivo. Esse otimismo é sustentado pelas boas expectativas em relação às exportações de manga, melão, melancia e lima ácida tahiti. No entanto, mesmo com essa possível virada, o superávit de 2024 deve ser pequeno, já que os gastos com as importações vêm crescendo expressivamente e os volumes comprados devem permanecer altos até o final do ano.
Compartilhar

Sua lista de notificações está vazia.