A Chapada Diamantina, famosa por suas paisagens deslumbrantes, agora também é reconhecida oficialmente pela excelência de seu café. Na última terça-feira (15), o café da região foi agraciado com a Indicação Geográfica (IG) na modalidade Denominação de Origem (DO), conferida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Este é o primeiro produto baiano a receber essa distinção.

As IGs são selos que certificam regiões pela produção de itens específicos, sendo a Denominação de Origem (DO) a mais prestigiada. Ela reconhece que as características do café da Chapada Diamantina estão diretamente ligadas às condições geográficas da área, como relevo, altitude e clima. Essas características conferem ao café notas sensoriais marcantes, como acidez cítrica, corpo encorpado e retrogosto prolongado, tornando-o um dos mais apreciados entre os cafés especiais.

A DO conquistada é fruto dos esforços da Aliança dos Cafeicultores da Chapada Diamantina, que representa 24 municípios da região, incluindo Lençóis, Mucugê, Piatã e Rio de Contas. O reconhecimento reforça a qualidade do café da Chapada, já bem avaliado pelos consumidores mais exigentes.

Pesquisas da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) e da Universidade Federal da Bahia apontam que a qualidade do café da Chapada é resultado de um conjunto de fatores, como a altitude elevada, temperaturas amenas e práticas tradicionais de colheita e pós-colheita. Cafés processados de maneira natural na região frequentemente alcançam notas superiores a 85 pontos na metodologia da Specialty Coffee Association (SCA), uma das mais respeitadas na avaliação de cafés especiais, colocando o produto baiano entre os melhores do mundo, competindo com os renomados cafés colombianos e etíopes.

Esse reconhecimento não só fortalece a reputação da Chapada Diamantina como produtora de café de excelência, mas também abre portas para a expansão de sua presença no mercado internacional, impulsionando a economia local e valorizando ainda mais o trabalho dos cafeicultores da região.