Nesta quinta-feira (19), a Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados realizou audiência pública para debater os impactos da fauna exótica invasora na agropecuária.

O principal foco da discussão foi o javali (Sus scrofa), considerado uma espécie exótica invasora que pode causar grandes prejuízos à agricultura e à pecuária, além de representar um risco à saúde pública devido à disseminação de doenças.

Na audiência, o deputado Marcos Pollon disse que o governo federal não divulgou as diretrizes que serão adotadas para o controle do javali, o que levanta preocupações quanto à continuidade do trabalho.



Contudo, o coordenador de prevenção e vigilância de doenças animais do Ministério da Agricultura (Mapa), Guilherme Takeda, destacou que a pasta possui um plano de vigilância para suínos asselvajados desde 2014 – o objetivo é conter a expansão territorial e demográfica do javali no Brasil e reduzir seus impactos.

O consultor da Comissão Ambiental do Instituto Pensar Agro (IPA), João Carlos Carli, alertou que esses animais não trazem problemas apenas para a pecuária. Ele ainda ressaltou que não é só o javali que preocupa, existem outros animais asselvajados que também merecem atenção.

A diretora de uso sustentável da biodiversidade e florestas do Ibama, Livia Martins, afirmou que o órgão está trabalhando na revisão da Instrução Normativa para que ela possa ser adequada ao novo decreto 11.615. "Isso é um problema seríssimo não só para área da agricultura e pecuária, mas para a questão ambiental também", defendeu.

A audiência pública contou com a participação do presidente da Associação Brasileira de Caçadores, Rafael Salerno; do chefe da Divisão Nacional de Controle de Armas de Fogo da Polícia Federal, Humberto Brandão; e do chefe da Divisão de Regulação do Exército Brasileiro, Cel Rodrigo Mattos.