01/11/2024 às 14:50

CNA debate desafios e avanços na safra de cana-de-açúcar e participação em conferências climáticas

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A Comissão Nacional de Cana-de-Açúcar da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se reuniu na última quinta-feira (31) para avaliar as estimativas do fechamento da safra 2024/2025, discutir as perspectivas para a safra 2025/2026 e analisar medidas de combate a queimadas e ações de recuperação após os incêndios.

Haroldo Torres, sócio-diretor do Pecege Consultoria e Projetos, apresentou as estimativas para o fechamento da atual safra e destacou os desafios que o setor deve enfrentar no próximo ciclo. "Para a safra 2025/2026, já identificamos um desafio de produtividade, o que nos leva a crer que haverá uma redução na produção”, afirmou Torres. O pesquisador ressaltou que a diminuição na área plantada com cana em 2024 aumentou a idade média da lavoura, fator que poderá reduzir a produtividade.

Apesar dos desafios, Torres demonstrou otimismo quanto à posição do Brasil no mercado de açúcar e etanol. “Embora a próxima safra seja menor em termos de produção, o Brasil permanece em posição favorável no mercado de açúcar e tem um cenário promissor para o etanol”, explicou.

Outro tema abordado foi a estratégia de combate a incêndios. Nelson Ananias, coordenador de Sustentabilidade da CNA, mencionou uma Nota Técnica com recomendações para produtores afetados por incêndios e reforçou que, em setembro, as queimadas causaram prejuízos de aproximadamente R$ 14,7 bilhões, afetando 2,8 milhões de hectares de áreas rurais no Brasil.

A CNA também se prepara para participar da 29ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 29), de 11 a 22 de novembro em Baku, Azerbaijão, onde a delegação apresentará o posicionamento do setor agropecuário brasileiro. Segundo Ananias, essa conferência será crucial para definir a agenda da COP 30, que ocorrerá no Brasil em 2025 e revisará os compromissos climáticos globais.

Eduarda Lee, assessora técnica da Comissão, destacou avanços legislativos recentes, como o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Lei 14.902/24), o Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (Lei 14.900/24) e a Lei dos Combustíveis do Futuro (Lei 14.993/24). A assessora também mencionou a tramitação de projetos importantes, como o Projeto de Lei 3149/20, aprovado na Câmara dos Deputados, que assegura o repasse de CBios a produtores independentes de biomassa, e o Projeto de Lei 327/21, que institui o Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten).

“Conseguimos importantes avanços legislativos que estão alinhados às nossas propostas e reivindicações, pois são medidas que podem alavancar o setor sucroenergético”, afirmou Eduarda Lee, enfatizando o impacto positivo dessas iniciativas para a sustentabilidade e competitividade do setor.
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