Nesta semana, a Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) do Senado discutiu o potencial e os entraves da exploração de potássio no Brasil. O debate atendeu ao requerimento 75/2023, da senadora Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura e presidente da comissão.

“Se a agricultura brasileira não tiver potássio, a gente consegue produzir muito pouco, nossas terras infelizmente são pobres”, disse a senadora. De acordo com ela, os riscos ambientais da exploração podem ser mitigados por políticas públicas.

Em linhas gerais, os participantes concordaram que o País possui condições de produzir potássio para suprir a demanda do setor agrícola, todavia, existem uma série de dificuldades, como a elevada carga tributária – o Brasil possui reservas de potássio em Sergipe e no Amazonas.



“Nada garante que as atuais crises geopolíticas não vão escalar. Isso nos coloca em uma posição de vulnerabilidade, não só política, mas também econômica”, ressaltou Bernardo Silva, diretor do Sindicato Nacional das Indústrias de Matérias-Primas para Fertilizantes (Sinprifert), ao lembrar a elevada dependência externa do País.

Representando o Ministério do Desenvolvimento, indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Bruno Santos Caligaris disse que a projeção é de que, a partir de 2050, o Brasil necessite de 60 milhões de toneladas de fertilizantes anualmente. “Se a gente tiver que importar essa quantidade daqui a 30 anos, muito provavelmente nossa logística não vai dar conta. Não vamos ter portos suficientes, nem estrada de ferro, nem rodovia, nem armazém”, concluiu.