13/08/2024 às 13:52

Conab reduz em 21,2 milhões de toneladas de grãos a safra 2023/24

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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou seu 11º Levantamento da Safra de Grãos, projetando que a safra 2023/24 do Brasil deve alcançar 298,6 milhões de toneladas. Esse número representa uma queda de 21,2 milhões de toneladas em relação à temporada anterior. A retração é atribuída à perda na produtividade média das lavouras do país, causada por adversidades climáticas que impactaram negativamente as culturas de primeira safra, desde o plantio até as fases de reprodução.

Milho. A produção da segunda safra de milho está avançada e próxima de ser finalizada, com uma estimativa de 90,28 milhões de toneladas. Mais de 90% da área cultivada já foi colhida. As produtividades deste ciclo variaram conforme o pacote tecnológico adotado e a época de plantio. No entanto, exceções ocorreram no Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, onde veranicos em março e abril, combinados com altas temperaturas e ataques de pragas, afetaram o potencial produtivo do cereal.

Soja. A produção de soja é estimada em 147,38 milhões de toneladas, uma redução de 4,7% em comparação ao ciclo anterior. Nas áreas semeadas entre setembro e outubro, nas Regiões Centro-Oeste, Sudeste e na região do Matopiba, a produtividade foi afetada por baixos índices pluviométricos e altas temperaturas, resultando em replantios e perdas. Em contrapartida, as lavouras mais tardias apresentaram melhores condições de desenvolvimento.

Trigo. Entre as culturas de inverno, o trigo se destaca. A semeadura nos estados da Região Sul, que concentra 85% da área cultivada, está quase concluída, com exceção de algumas áreas em Santa Catarina. No Rio Grande do Sul, o plantio foi concluído após um atraso inicial devido ao excesso de chuvas, assim como no Paraná. A expectativa é de uma redução de 11,6% na área destinada ao cereal, estimada em 3,07 milhões de hectares.

Mercado. A Conab manteve estáveis as projeções do quadro de suprimentos da safra 2023/2024 para os principais produtos, com exceção do milho. A Companhia aumentou em 2,5 milhões de toneladas a estimativa de exportação do cereal. Esse aumento ocorre em meio à recente desvalorização da moeda brasileira, que tem impulsionado o fluxo de vendas no mercado externo.

Esses ajustes refletem as condições atuais do mercado e as expectativas de exportação, especialmente para o milho, que se beneficia de um cenário internacional favorável. A conjuntura econômica e climática continuará a influenciar a evolução da safra e as decisões dos produtores nos próximos meses.
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