10/10/2024 às 15:48
Cultivadores de acerola de Pérola buscam Indicação Geográfica para valorizar o produto
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Famílias que cultivam acerola no município de Pérola, na região noroeste do Paraná, estão em busca de reconhecimento para a fruta, que já possui certificação orgânica internacional há mais de 20 anos. Com o apoio da Cooperativa Agrícola dos Fruticultores de Pérola (Frutipérola), Sebrae/PR, prefeitura e Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), os produtores iniciaram um trabalho coletivo em abril deste ano para conquistar a Indicação Geográfica (IG).A IG é concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) a produtos com características únicas que os distinguem de outros similares. O fruticultor Edson Pinguello, que cultiva a acerola desde a década de 1990, destaca que a fruta da região possui um sabor e características distintas, como alto teor de vitamina C, acidez marcante e coloração avermelhada. Essas qualidades são favorecidas pelo solo arenoso da região, além das condições climáticas, que incluem altas chuvas, levando os produtores a estudar sistemas de irrigação por gotejamento.Edson, que é presidente da Frutipérola e membro da Associação Perolense de Fruticultores, possui um pomar de 1,2 hectare e garante que a acerola é fundamental para a renda de sua família e dos 75 membros da cooperativa, sendo que 35 deles dependem exclusivamente da fruta. Anualmente, são produzidas cerca de 300 toneladas de acerola, colhidas manualmente em cinco ciclos, de setembro a maio, com os principais compradores localizados em São Paulo.O agricultor vê na Indicação Geográfica uma oportunidade de expansão e valorização do produto. “Assistimos na televisão como a Indicação Geográfica é importante em diversos casos. Uma das inspirações é o Queijo Canastra, de Minas Gerais”, afirmou Edson, que também mencionou o projeto de produção de geleia e suco pronto a partir da acerola.Importância econômicaO secretário de Agricultura de Pérola, Luciano Lazarin, ressalta a relevância da acerola para a economia local, movimentando entre R$ 4 milhões e R$ 5 milhões por safra. Com a certificação internacional de orgânicos, o município está preparado para explorar novos mercados, e a IG poderá agregar ainda mais valor ao produto.O consultor do Sebrae/PR, Adriano Pereira da Silva, explica que a obtenção da IG envolve várias etapas, como sensibilização dos produtores, formação de um comitê gestor e visitas técnicas. Os próximos passos incluem levantamentos e análises para definir se a IG será reivindicada como Indicação de Procedência (IP) ou Denominação de Origem (DO), sendo que a DO é atribuída a produtos cujas características são essencialmente resultantes do meio geográfico.A busca pela Indicação Geográfica é vista como uma forma de valorizar o produto e a cultura local, abrindo novos mercados e garantindo a autenticidade e qualidade da acerola de Pérola.
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