30/10/2023 às 15:20
Déficit de calagem chega a 24 milhões de toneladas no Brasil
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O Brasil possui um déficit de calagem da ordem de 24 milhões de toneladas. O alerta foi emitido no Encontro Nacional dos Produtores de Calcário Agrícola, o Enacal 2023, evento que aconteceu na quinta-feira (26), em Cuiabá-MT. O gap no consumo de calcário agrícola evidencia que a performance e a sustentabilidade nas lavouras e pastagens pode ser impulsionada com a maior incorporação do insumo, básico à produção.O país consome atualmente 56 milhões de toneladas de calcário agrícola ao ano, mas a demanda real é estimada em pelo menos 80 milhões pela Associação Brasileira dos Produtores de Calcário Agrícola (Abracal). O atual patamar de consumo é alavancado pela alta demanda agrícola de Mato Grosso, que impulsiona o consumo de calcário safra a safra no Estado e no cômputo dos dados nacionais.O processo de calagem é essencial para a correção da acidez nos solos. De acordo com a Abracal, cerca de dois terços da área cultivável do país necessitam desse processo de correção, que consiste na neutralização do alumínio do solo, proporcionando mais cálcio, magnésio, equilibrando o ph e aumentando a disponibilidade de nutrientes para as plantas.Série histórica da Abracal aponta que a produção de calcário no Brasil aumentou 5 vezes em 3 décadas, passando de 11,5 milhões de toneladas em 1990 para 56 milhões em 2022. No mesmo período, o volume em Mato Grosso, anfitrião desta nova edição do Enacal, saltou de 621 mil para 11,4 milhões de toneladas, cerca de 20% do total nacional. Dados prévios da Embrapa já sinalizam para uma elevação do consumo regional para 14,5 milhões.“O setor tem muito a crescer e ainda mais a contribuir ao desenvolvimento nacional. Se pensarmos em áreas consolidadas, é um insumo fundamental para ampliar a produtividade numa mesma extensão de solos. Isso é produzir mais, resguardando o meio ambiente”, destaca o presidente da Abracal, João Bellato.Ricardo Dietrich, do Sinecal-MT (Sindicato das Indústrias de Extração de Calcário de Mato Grosso), lembra que a técnica de calagem, aplicada em doses adequadas ao tipo de solo, exerce um papel importante para que fertilizantes expressem nas lavouras seu máximo potencial. O trabalho precisa ser guiado por profissionais especializados, com o auxílio da análise de amostras de solo.“Nós estamos falando de uma tecnologia consagrada pela literatura e pesquisa científica e que vem se aprimorando. Mato Grosso vem se destacando nacionalmente pela alta demanda por calcário, fruto da ampla frente de estudos, de comunicação e a adesão cada vez maior dos produtores rurais à aplicação do produto com regularidade adequada. É gratificante darmos essa contribuição em nível nacional”, ressalta Dietrich.
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