28/08/2024 às 13:11
Embrapa e Sema propõem nova metodologia para quantificação de emissões de GEE na pecuária gaúcha
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Uma nova metodologia para quantificar a emissão de gases de efeito estufa (GEEs) pelo rebanho de bovinos de corte do Rio Grande do Sul está sendo proposta em uma nota técnica elaborada pela Embrapa Pecuária Sul e pela Secretaria de Meio Ambiente do estado (Sema). O documento será lançado durante a Expointer deste ano e indica que a estimativa de emissões pode ser cerca de 30% inferior àquela fornecida pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).A pesquisadora Cristina Genro, da Embrapa Pecuária Sul, ressalta que o IPCC estabelece diretrizes metodológicas que os países signatários do acordo global para mitigação dos GEEs devem seguir. O organismo apresenta três possibilidades de medição das emissões de gases por bovinos, todas fundamentadas em dados científicos robustos. A nota técnica discute essas abordagens e realiza uma análise simulada das emissões de metano (CH4) do rebanho gaúcho em 2022, utilizando duas metodologias do IPCC.A primeira, denominada “tier 1”, é aplicada em países que ainda não possuem fatores de emissão estabelecidos e estima uma emissão de 56 kg de metano por cabeça anualmente, considerando um animal de 430 kg, sem levar em conta o sistema de produção ou outras variáveis. Em contrapartida, a abordagem “tier 3” do IPCC considera medições em condições experimentais, permitindo uma avaliação mais precisa do volume de gás emitido sob diferentes sistemas de produção.Os resultados da simulação indicam que a aplicação dos dados gerados por essa nova pesquisa resultaria em uma redução de 30,1% na estimativa das emissões do rebanho de bovinos de corte do estado, em comparação com os dados oficiais utilizados pelo Brasil em 2022. Cristina Genro afirma que esses dados já estão disponíveis para inclusão nos inventários estaduais de emissões de GEEs.Além disso, o documento apresenta ferramentas potenciais para mitigar as emissões de metano na pecuária. A análise de diversas pesquisas indica que é possível reduzir as emissões provenientes da fermentação entérica ao aumentar continuamente a produtividade, sem comprometer a demanda por carne. As principais estratégias incluem o manejo adequado do pasto, melhoramento genético dos animais, manipulação da fermentação ruminal e aprimoramento da dieta animal ao longo de sua vida.
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