O cenário agrícola brasileiro está passando por uma transformação significativa, e as mulheres estão desempenhando um papel crucial nesse processo. Alessandra Barth, produtora rural em Ipiranga (PR) e finalista do Prêmio Mulheres do Agro 2023, compartilhou insights valiosos durante entrevista à Plataforma Broto, destacando desafios e oportunidades que moldam a realidade das mulheres no campo.

Desafios da produção rural e a participação da mulher

A produção rural apresenta desafios consideráveis, especialmente quando se trata da sucessão familiar. Alessandra ressalta que, ao abordar a sucessão, é crucial considerar o gênero. Para as mulheres que decidem assumir uma propriedade rural, a jornada não é fácil: equilibrar o papel de empreendedora rural, mãe e dona de casa demanda esforço diário e constante superação.

“Diariamente temos que provar, primeiramente a nós mesmas e depois às demais pessoas que somos capazes [...] Outro desafio é o da mudança de paradigmas. Ela precisa acontecer aos poucos, um passo de cada vez e com muita cautela. Valorizar as experiências de quem trouxe o negócio até aqui é imprescindível”, comenta.

Sucessão familiar no agronegócio: equilíbrio e competitividade

A linha tênue entre respeitar a experiência e buscar novos rumos é um desafio significativo na sucessão familiar. “A nova geração que está assumindo as propriedades, em sua maioria, possui curso superior, é muito aberta a inovações e está preocupada com sustentabilidade e produtividade. Aumentar a produtividade nos mesmos espaços, com tecnologia e conhecimento, é o objetivo que a nova geração de produtores rurais tem cada vez mais buscado alcançar”, avalia a produtora.

Segundo ela, é necessário manter os pés no chão, evitando "passos maiores do que as pernas" e, ao mesmo tempo, planejar estrategicamente para garantir a competitividade, especialmente em tempos de crise.



Oportunidades para o futuro do agronegócio brasileiro

Apesar dos desafios, Alessandra enxerga oportunidades significativas para o Brasil. Com as ferramentas necessárias para a produção de alimentos para o mundo e a capacidade de implementar matrizes energéticas renováveis, o País está em uma posição privilegiada.

“Esse movimento de valorização de nossas raízes e de permanência na atividade rural vai ser uma das grandes vantagens que o Brasil terá, além do clima que nos permite, dependendo da região, fazer até três safras ao ano”, pontua Alessandra.

Para ela, a inovação, a tecnologia e o comprometimento podem transformar o campo em um lugar repleto de oportunidades.

Prêmio Mulheres do Agro e parceria com o Banco do Brasil

O protagonismo crescente das mulheres no agro brasileiro não só fortalece as propriedades familiares, mas também contribui para a construção de um setor agrícola mais diversificado, inovador e sustentável.

Para Alessandra, o Prêmio Mulheres do Agro é um grande incentivo, que evidencia a valorização das mulheres que enfrentam diariamente os desafios da atividade agropecuária. “É um sinal de que as entidades, empresas e todo o segmento têm voltado suas atenções a esse movimento crescente de mulheres que encaram o desafio diário da produção rural”.

Segundo ela, a parceria com o Banco do Brasil reforça o papel de aliado da instituição financeira, que compreende as demandas e necessidades dos produtores rurais, oferecendo suporte financeiro e serviços especializados.