O presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), João Dornellas, defendeu, na última segunda-feira (18), em evento do Conselho do Agronegócio da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o predomínio da Ciência no debate acerca dos alimentos ultraprocessados.

Segundo o dirigente, o consumo indiscriminado de açúcar, sódio e gorduras saturadas deve ser controlado, porque há respaldo científico, mas a agenda de "vilanização" em curso dos alimentos ultraprocessados é ancorada em achismos e "fake news".

Dornellas, aliás, afirmou discordar do rótulo de "ultraprocessados" imputado aos alimentos produzidos pela indústria. Segundo ele, o conceito que vem sendo disseminado de ultraprocessados é de um alimento que contempla o uso de cinco ingredientes ou mais. "Um bolo feito em casa usa mais de cinco ingredientes e do ponto de vista da Ciência e da tecnologia de alimentos, o que define a qualidade de um alimento é sua composição nutricional, e não a quantidade de processamentos."

De acordo com Dornellas, estudos que associam os chamados ultraprocessados ao desencadeamento de doenças são observacionais e não contam com aval da Organização Mundial da Saúde (OMS). "Aditivos, aromatizantes, corantes usados pela indústria servem para elevar o tempo de prateleira dos alimentos, para fins estéticos, entre outras questões e são cientificamente seguros."