11/01/2024 às 17:56

ESPECIAL: Clima, juros e sustentabilidade devem ser destaques na agenda do pequeno e médio produtor em 2024, avalia Iafelice

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O ano de 2023 foi marcado por desafios e oportunidades para o agronegócio brasileiro. O setor manteve o crescimento, registrando novas safras recordes no primeiro semestre, avalia Rodrigo Iafelice, conselheiro e investidor de agtechs e foodtechs.

Em entrevista exclusiva, Iafelice destaca que além da economia, clima e sustentabilidade são temas que devem pautar o pequeno e médio produtor neste ano.

BROTO: Como você avalia o comportamento econômico do agronegócio brasileiro em 2023?

RODRIGO: Super positivo no primeiro semestre, com novas safras recordes, mas desafiador no final do ano, com clima absolutamente irregular nas principais regiões produtoras.

BROTO: Como a expectativa de novos cortes na taxa básica de juros, a Selic, pode afetar o ambiente econômico, sobretudo para o pequeno e médio produtor?

RODRIGO: A queda de juros nunca vem como fato isolado e é sempre resultado de várias melhorias na economia local e internacional. Por exemplo, para pegar apenas um pequeno ponto: se os juros nos Estados Unidos continuarem altos, não faz sentido que os juros no Brasil caiam em demasia – até porque, até este momento, não temos indicadores econômicos que nos permitam fazer isso – ou o fluxo de investimentos internacionais fluirá naturalmente para o país norte-americano, com retornos melhores – juros mais altos – e riscos menores. Acredito que veremos uma queda na taxa de juros base ao longo de 2024, mas vale acompanhar com cuidado os cenários macro local e internacional.

BROTO: O crédito é uma questão de grande importância para o pequeno e médio produtor. Quais são as suas perspectivas para esse setor em 2024?

RODRIGO: Considerando a importância do agro para a economia brasileira, não prevejo grandes limitações de crédito para nosso setor em 2024. Acredito que, no mínimo, manteremos os patamares de 2023, tanto de fontes privadas quanto públicas, talvez com pequenas melhorias no custo financeiro por conta da queda na taxa de juros base.

Para quem produz, quais pontos devem ser monitorados neste ano?

RODRIGO: Clima super desafiador, como temos visto nos últimos meses nas principais regiões produtoras; estoques de máquinas e insumos altíssimos em revendedores e revendas, potencialmente proporcionando oportunidades de melhores compras; menores safras de soja e milho verão, menor safrinha de milho e algodão em várias regiões potencialmente proporcionando maiores preços mas, ao mesmo tempo, pressionando fretes em janelas mais curtas e “apertadas”; demanda crescente para produtos mais sustentáveis e regenerativos.
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