12/12/2023 às 18:04

ESPECIAL: nova onda de calor traz riscos à produção agrícola

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As diversas ondas de calor que castigam o Brasil desde setembro estão causando danos à produção agrícola em algumas das principais regiões produtoras, sobretudo na porção mais central do País. Segundo a economista e professora da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Nadja Heiderich, as temperaturas acima de 40°C estão prejudicando o desenvolvimento das lavouras, o que pode levar a uma redução da produtividade e, consequentemente, a um aumento dos preços dos alimentos.

De acordo com informações da Embrapa, a onda de calor - e uma nova chega nesta semana - pode reduzir a produtividade da soja em até 10% e a do milho em até 15%. “A soja e o milho são as principais culturas agrícolas do Brasil, responsáveis por cerca de 40% da produção total de grãos. A soja é nosso principal produto de exportação agrícola, e o milho é um importante insumo para a alimentação animal e humana”, acrescenta Nadja.

Uma redução na produção de soja pode levar a um recuo na oferta global da oleaginosa, acarretando no aumento dos preços do grão e de produtos derivados, como o óleo e a farinha.

Já a diminuição da produção de milho também pode levar a uma majoração dos preços do cereal, que é um importante ingrediente para a alimentação animal e humana. A elevação das cotações do milho pode afetar o preço de uma série de produtos alimentícios, como carnes, leite e derivados, e biscoitos. Além disso, pode afetar o abastecimento de ração para rebanhos bovinos e plantéis de aves e suínos, impactando em alta dos preços da carne.

“A onda de calor também pode afetar a produção de outros alimentos, como frutas, legumes e verduras. Esses alimentos são importantes para a segurança alimentar do país, e uma redução na produção pode levar a uma escassez e a um aumento dos preços”, alerta a docente.

“O aumento dos preços dos alimentos é uma preocupação global. A guerra na Ucrânia, que é um importante produtor de commodities agrícolas, também está contribuindo para a alta. No Brasil, o aumento dos preços dos alimentos pode afetar a população mais pobre, que gasta uma parcela maior da renda com alimentação”, finaliza a economista.
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