31/01/2025 às 17:59
ESPECIAL: Oscilações cambiais dificultam projeções de preços e fechamento de contratos de longo prazo no agro
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O dólar norte-americano desempenha um papel central no comércio exterior desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Atualmente, cerca de 88% das operações de comércio exterior utilizam o dólar como moeda principal, mesmo após o início de iniciativas globais para diversificar as transações.Desde 2022, com os impactos da guerra na Ucrânia, muitos países têm firmado acordos bilaterais que permitem o uso de outras moedas, sinalizando uma busca por maior autonomia nas negociações internacionais. Recente estudo da Logcomex, especializada em operações de comércio internacional, analisa o impacto da volatilidade cambial no planejamento de importações e exportações.Análise da agência de risco Austin Ratings, baseada em dados do Banco Central, posicionou o real como a 8ª moeda mais desvalorizada frente ao dólar em 2024. Em seu trabalho, a Logcomex identificou que a imprevisibilidade das flutuações cambiais afetou diretamente as negociações, reduziu as margens de lucro e agravou os gargalos logísticos para importadores.Já entre os exportadores, um dos setores mais impactados foi o agronegócio, com produtores enfrentando dificuldades para prever preços e firmar contratos de longo prazo. Como resultado, o setor deve enfrentar em 2025 o primeiro recuo no valor total de vendas externas em cinco anos.De acordo com o estudo, quando o dólar se valoriza em relação a uma moeda local, significa que fica mais caro para as empresas ou países que utilizam essa moeda importar produtos. Isso acontece porque será preciso gastar mais da moeda local para adquirir os mesmos bens, que estão cotados em dólar.Para 2025, especialistas apontam um cenário ainda incerto, com o dólar mantendo uma volatilidade elevada, em parte devido à política monetária dos Estados Unidos e à desaceleração econômica da China. Isso representa um risco significativo para empresas que dependem do comércio exterior, exigindo delas novas abordagens para proteger suas operações contra as pressões cambiais e as mudanças na demanda global.
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