16/10/2023 às 14:18
Estudo aponta benefícios do uso de biossoluções para elevar produtividade agrícola
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A preocupação com o meio ambiente e a busca por soluções com menor impacto ambiental vêm crescendo nos últimos anos. Saber como as biossoluções funcionam e seus benefícios às cadeias produtivas é fundamental para o desenvolvimento de uma economia mais sustentável. Um estudo desenvolvido pela Novozymes, especializada em biotecnologia, revela em números o possível impacto positivo da adição de biossoluções na cadeia de valor agrícola (produção agrícola, pecuária e bioenergia). O levantamento tem como base a produção de um hectare no Brasil e é chamado de “Estudo do Hectare - Desbloqueando potenciais produtivos no mesmo espaço de terra com biossoluções no país”.O estudo considerou duas safras no ano, uma de soja e outra de milho. No modo convencional de produção, sem o uso de biossoluções, um hectare, de acordo com uma produção extraída dos dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), consegue produzir soja e milho para alimentar 2.340 frangos até a fase adulta (cerca de um ano) e fornecer óleo de soja para a produção de 746 litros de biodiesel.Se biossoluções (enzimas e microrganismos) forem utilizadas no processo produtivo, é possível alimentar 2.400 frangos por hectare sem alterar a quantidade inicial de ração, e a produção de biodiesel chegaria a 790 litros. Além disso, a utilização de inoculantes aumentaria a produtividade das lavouras.O milho adicional, por exemplo, poderia ser usado para a produção de 83 litros de etanol à base de amido. A soja proveniente da produção deste hectare poderia ser utilizada para a produção de 224 kg de ração rica em proteínas. Além disso, a utilização de biossoluções no processo gera economia na aplicação de nitrogênio e de fósforo devido ao uso de microrganismos (respectivamente o Bradyrhizobium e o Pseudomonas fluorescens) que solubilizam os nutrientes, o que facilita a absorção das plantas tornando-as mais produtivasA adoção de biossoluções, considerando-se todos esses processos, geraria, por hectare/ano, uma redução total nas emissões de gases do efeito estufa (GEE) de 1 tonelada métrica de dióxido de carbono equivalente (CO2e - medida internacional que tem a finalidade de estabelecer a equivalência entre todos os GEE e o dióxido de carbono (CO2)).Se as biossoluções apresentadas no estudo fossem aplicadas a todas as áreas de soja do Brasil - fazendo rotação de milho e tendo como base a criação anual brasileira de cerca de 6 bilhões de frangos – a produção de biocombustíveis poderia ter um incremento de 1,8 bilhão de litros de biodiesel e 3 bilhões de litros de etanol. Além disso, este acréscimo de produção de grãos também possibilitaria a fabricação de 9 milhões de toneladas métricas de ração animal proteica. Isso resultaria em uma economia total de gases do efeito estufa (GEE) de aproximadamente 25 milhões de toneladas métricas de equivalentes de CO2e – como se fossem retirados 10 milhões de carros das ruas por ano. Esse acréscimo seria resultado apenas da substituição ou adição de biossoluções nos processos atuais, sem incluir novas áreas de cultivo ou espaços pecuários.:: Sistema utilizado no estudoO estudo tomou por base o sistema convencional. Nele, a soja e o milho (safrinha) são cultivados em um hectare de terra e utilizados como ração para a produção de frangos para consumo humano. A soja é processada e transformada em farelo de soja (soybean meal, do inglês: SBM) e óleo de soja degomado. O SBM é utilizado com o milho para produção de ração animal e o óleo é matéria-prima para fabricação de biodiesel.
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