15/10/2024 às 15:35
Estudo mostra que uso de probióticos ajudam no controle de doenças e no estímulo ao crescimento de mudas de café
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Estudos recentes realizados pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), pelo Instituto Biológico de São Paulo (IB) e pela Embrapa apontam que o uso de probióticos pode ser uma ferramenta eficaz no controle de doenças e no estímulo ao crescimento de mudas de café. Testes com dois probióticos comerciais, Colostrum BIO 21 MIX e Colostrum BS, formulados com bactérias do gênero Bacillus, demonstraram uma redução significativa na severidade de doenças como a ferrugem do cafeeiro, a mancha de phoma e a mancha aureolada.De acordo com o pesquisador Guilherme de Freitas, que conduziu o estudo como parte de seu mestrado na Unesp, os probióticos foram especialmente eficazes contra a ferrugem do cafeeiro, reduzindo sua severidade em até 95% nas mudas tratadas. O Colostrum BIO 21 MIX é composto por uma mistura de Bacillus subtilis e bactérias do ácido lático, enquanto o Colostrum BS contém apenas células de Bacillus subtilis. Além do controle de doenças, os probióticos também promoveram o desenvolvimento das mudas, aumentando a massa fresca e seca, o volume radicular e a área foliar das plantas.Wagner Bettiol, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, destacou que os probióticos não só controlaram doenças, mas também podem oferecer uma alternativa mais sustentável ao uso de agrotóxicos, o que é particularmente importante, já que ainda não há produtos biológicos recomendados para o controle da mancha de phoma.A ferrugem do cafeeiro, considerada a principal doença da cultura, pode causar perdas de produção entre 35% e 50%. A pesquisa revelou que os probióticos ajudam na proteção das plantas ao estimular a microflora benéfica e modular o sistema imunológico do cafeeiro, além de competir diretamente com patógenos e produzir compostos antimicrobianos, como ácido lático e ácido acético.O uso de probióticos no café pode oferecer uma abordagem mais sustentável para o manejo de doenças, especialmente à medida que as mudanças climáticas tornam as condições agrícolas mais imprevisíveis. A aplicação de consórcios microbianos também tem o potencial de melhorar a qualidade do solo e a saúde das plantas desde as fases iniciais do cultivo, promovendo maior produtividade e resiliência no campo.
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