28/02/2024 às 10:32
Fabricação de etanol a partir do sorgo deve estimular cultivo do grão no Brasil
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O Grupo Inpasa investiu R$ 2 bilhões em uma nova indústria em Sidrolândia (MS) para produzir etanol à base de sorgo. A empresa anunciou nesta semana de que estará recebendo o grão para a fabricação do biocombustível a partir de julho, em sua unidade em Dourados (MS); e a partir de novembro, em Sidrolândia (MS). Um canal de contato para o produtor começar a negociar sua safra foi aberto.O sorgo é considerado uma cultura de fácil adaptação e com possibilidade de altas produtividades, podendo ser utilizado tanto na alimentação animal quanto na humana. Segundo a Embrapa, o cereal está entre os cinco mais produzidos no mundo, ficando atrás do trigo, arroz, milho e cevada. Além disso, apresenta um alto valor nutricional em ferro, proteínas, zinco, fibras e vitamina D.Na avaliação de Willian Sawa, CEO da Latina Seeds e uma das lideranças do "Movimento + Sorgo" no Brasil, essas iniciativas “abrem nova perspectiva, consolidam o avanço da cultura no Brasil e ampliam o mercado para o produtor de cereais no País”.“Nos últimos anos a demanda por sorgo já ocorre de forma crescente e deve ganhar nova proporção a partir desta nova tendência, que introduz o conceito de ‘etanol de cereais’ e não somente de ‘etanol de milho’ em sua estrutura industrial. Ganha o produtor, que agora terá mais um motivo para investir na lavoura graças a um novo e forte canal para o escoamento de sua produção”, avalia Sawa.Em 2023, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) considerou o sorgo granífero como a atividade agrícola (grãos) que mais avançou na comparação com o ano anterior. No período, houve um aumento de 22,3% na área plantada, para 1.260.355 hectares, e de 34,0% na produção, para 3.818.734 toneladas.Entretanto, não é apenas a Inpasa que segue este caminho. Sawa cita também um exemplo que vem do Nordeste. “A Cooperativa Pindorama, em Alagoas, iniciou em dezembro passado a fase de testes de produção de etanol a partir do sorgo, que agora passa a compor o rol de matérias primas da indústria junto com o milho e a cana", conta."É uma decisão estratégica, uma vez que se ganha alternativa importante para ampliação da margem de lucro na produção do combustível e de coprodutos, como o DDG, sempre que o uso do milho esteja comprometido ou economicamente inviável”, conclui o executivo.
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