Na terça-feira (3), o ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil, Carlos Fávaro, esteve reunido com autoridades da Bolívia em busca de avanços nas negociações para formalização de um acordo bilateral entre os dois países, que envolverá itens comerciais, tecnológicos e institucionais.

Participaram do encontro em Brasília o ministro de Hidrocarbonetos e Energia da Bolívia, Franklin Molina Ortiz, e do Desenvolvimento Rural e Terras, Remy Gonzalez.

“Nós vamos avançar muito com a parceria com a Bolívia, pois ela tem matéria-prima para a produção de fertilizantes. Com essa cooperação, vamos implementar indústrias tanto no país andino quanto no Brasil para diminuir a dependência externa do nosso país, que hoje é de quase 90%”, disse Irajá Lacerda, secretário-executivo do Mapa.

Os acordos preveem investimentos em duas novas fábricas produtoras de ureia nos municípios de Corumbá (Mato Grosso do Sul) e Puerto Quijarro (Bolívia); e em uma unidade de cloreto de potássio em Coipasa, também no país vizinho.



Atualmente, a Bolívia sofre com uma escassez de gás natural decorrente do esgotamento de suas reservas. A crise reduziu o fluxo da commodity pelo gasoduto Brasil-Bolívia e ligou um sinal de alerta nas empresas que utilizam o combustível boliviano como matéria-prima.

É o caso da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-3), localizada no município de Três Lagoas (MS) e pertencente à Petrobras. Mesmo diante da situação, o secretário do Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do MS, Jaime Verruck, disse que os trabalhos na planta não serão afetados.

A Petrobras já sinalizou anteriormente que planeja voltar a ser um importante player na Bolívia, especialmente na produção de gás natural.