01/10/2024 às 14:29

Novo método de detecção de micotoxinas em milho revoluciona a agricultura

Compartilhar
Pesquisadores da Embrapa e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desenvolveram uma técnica inovadora para detectar fumonisinas em grãos de milho sem a necessidade de moagem ou reagentes químicos, tornando o processo mais sustentável e econômico. O método utiliza imagens hiperespectrais de infravermelho próximo (NIR-HSI), aliando os princípios da química e da agricultura de precisão para identificar e quantificar essa micotoxina diretamente nos grãos.

As fumonisinas, produzidas por fungos do gênero Fusarium, são uma das principais ameaças à produção de milho no Brasil. Por serem altamente tóxicas e não eliminadas durante o processamento térmico, elas representam um grande risco à segurança alimentar.

A tecnologia NIR-HSI funciona por meio da reflectância difusa, permitindo que as alterações químicas nos grãos sejam detectadas pixel a pixel, o que possibilita uma análise rápida e não destrutiva. Maria Lúcia Simeone, pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo, explica que a técnica é capaz de identificar as micotoxinas invisíveis a olho nu e prevenir infecções cruzadas durante o armazenamento.

Os benefícios do novo método são significativos:

  • Rapidez: A quantificação de fumonisinas é feita em apenas 30 segundos, acelerando o processo de controle de qualidade.

  • Redução de custos: Dispensa a moagem e o uso de reagentes químicos, tornando o método mais acessível.

  • Análise não destrutiva: Os grãos podem ser analisados sem sofrer danos, permitindo seu uso posterior.


Essa inovação, publicada no Brazilian Journal of Biology, representa um avanço crucial na segurança alimentar. A técnica NIR-HSI não só melhora a detecção de micotoxinas, como também contribui para a implementação de estratégias mais eficientes de controle de qualidade, garantindo um alimento mais seguro para consumidores e animais.

Renata Pereira da Conceição, pós-graduanda da UFMG, e Valéria Aparecida Vieira Queiroz, pesquisadora da Embrapa, reforçam que a tecnologia permitirá uma segregação mais precisa dos lotes contaminados, diminuindo perdas na produção. Everaldo Medeiros, da Embrapa Algodão, destaca que a técnica também abre portas para novas aplicações no campo da agricultura de precisão e da química verde.
Compartilhar

Sua lista de notificações está vazia.