03/06/2024 às 12:15
Oeste do Paraná: missão técnica leva a imersão em produtos típicos regionais e com IG
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Produtores de mel, de queijos, de carnes de ovinos e caprinos e de outros produtos típicos da região oeste do Paraná receberam, entre os dias 23 e 24 de maio, de produtores rurais e empreendedores do Paraná e Santa Catarina. O encontro foi dedicado às Indicações Geográficas (IG) e tem como propósito estimular a troca de conhecimento, boas práticas, gerar conexões e abrir portas para novas parcerias e negócios. Realizada pelo Fórum Origens Paraná, a ação contou com 35 participantes e passou pelas cidades de Santa Helena, Marechal Cândido Rondon, Toledo e Virmond."Essa iniciativa visa fortalecer e demonstrar a notoriedade que os produtos paranaenses possuem, evidenciando seus aspectos técnicos, culturais e de onde estão localizados", explica a consultora do Sebrae/PR, Maria Isabel Rosa Guimarães. Foram dois dias intensos de programação. O primeiro começou em Santa Helena, com visita para Cooperativa Agrofamiliar Solidária (Coofamel). Depois, houve visita para o Balneário Terra das Águas e ao Cristo Redentor da cidade.Antônio Henrique Schneider, presidente da cooperativa e apicultor, apresentou o processo de produção e envase. No local, são produzidos méis com o selo de Indicação de Procedência de Mel do Oeste."Receber pessoas de diferentes regiões foi uma alegria. Essa conexão permite apresentar mais da gente, do nosso trabalho e de conhecer outros profissionais, seja um consumidor final ou quem pretende desenvolver produtos tendo nosso mel como base. Hoje, produzimos entre cem e 150 toneladas por ano e ficamos felizes em fazer parte dessa iniciativa”, destaca.No período da noite, os integrantes da missão técnica foram recebidos por um grupo folclórico de danças alemãs em Marechal Cândido Rondon e tiveram a oportunidade de participar de um encontro de negócios entre os participantes do Fórum Origens Paraná.:: Busca por novos horizontesNo último dia 24 de maio, as atividades começaram no Biopark, em Toledo, onde foi apresentada parte da história do parque tecnológico de educação e, também, da iniciativa dos Queijos Finos do Biopark.A gerente de Pesquisa e Desenvolvimento de Inovação do Biopark Educação, Carolina Trombini, explica que o projeto com os Queijos Finos do Biopark, abrange 20 produtores de 11 municípios diferentes da região oeste paranaense e está em formulação para verificar a possibilidade de se tornar uma IG."Essa iniciativa visa estimular ainda mais a geração de emprego e renda, com queijos de reconhecimento internacional ou autorais, ou seja, únicos. É uma alegria receber essas visitas com participantes de diferentes regiões, pois vemos essa compatibilidade, principalmente tendo como foco à inovação", comenta.Além disso, o período da manhã ainda contou com uma apresentação dos Correios, onde foi demonstrado sobre como produtores rurais e empreendedores podem utilizar os serviços da empresa em seus negócios.A Átani Queijaria é uma das integrantes do projeto que busca ser IG. Produtora, Cirlei Rossi dos Santos administra o negócio ao lado de seu marido e três filhos. Ela conta que a empresa possui cinco queijos premiados no Brasil e que a motivação para a busca da certificação vem ao encontro de auxiliar o consumidor a ter mais clareza no que está levando para casa e ingerindo.“E, mais do que isso, você vai fazer com que as pessoas queiram aquilo por conta da qualidade e da história. Trabalhamos para manter a originalidade do nosso espaço, do ambiente como um todo. Hoje, em nossa propriedade, temos o ciclo completo, desde a produção do leite até a fabricação do queijo.”No almoço, chegou o momento de conhecer e degustar as carnes de Ovinos e Caprinos da Cantuquiriguaçu e, no fim da tarde, de conhecer o novo espaço de cortes que está localizado em Virmond. O presidente da Associação e Cooperativa Caprivir, Vilson Antonio Buskevicz, espera que a IG possa agregar valor ao produto e alcançar novos mercados.“Faz 18 anos que estamos nessa área. Entre associação e cooperativa, somos em 65 sócios. Em breve, vamos inaugurar uma unidade de corte e conseguir atuar em toda a cadeia, sendo que antes nós comercializávamos o animal inteiro. Tudo isso é resultado de parcerias que vêm para fortalecer e desenvolver ainda mais a nossa região”, finaliza.:: GrupoO Fórum Origens Paraná é uma plataforma colaborativa dedicada à promoção e à valorização das Indicações Geográficas e das Marcas Coletivas no Paraná. As Indicações Geográficas (IG) são ferramentas coletivas de valorização de produtos tradicionais vinculados a determinados territórios. Elas possuem duas funções: agregar valor ao produto e proteger a região produtora.Atualmente, no Paraná, são 14 Indicações Geográficas reconhecidas pelo INPI: cachaça e aguardente de Morretes; melado de Capanema; mel de Ortigueira; cafés especiais do Norte Pioneiro; morango do Norte Pioneiro; vinhos de Bituruna; goiaba de Carlópolis; mel do Oeste do Paraná; barreado do Litoral do Paraná; queijos coloniais de Witmarsum; bala de banana de Antonina; erva-mate São Matheus, do Sul do Paraná; camomila de Mandirituba; e uvas finas de Marialva. Além delas, há uma IG concedida para Santa Catarina, mas que envolve municípios do Paraná e Rio Grande do Sul, que é o Mel de Melato da Bracatinga do Planalto Sul do Brasil.Outros produtos estão em busca do registro e possuem pedidos depositados no INPI: Broas de Centeio de Curityba; Mel de Prudentópolis; Urucum de Paranacity; Queijos do Sudoeste do Paraná; Cracóvia de Prudentópolis; Carne de Onça de Curitiba; Café de Mandaguari; Ponkan de Cerro Azul; e Ovinos e Caprinos da Cantuquiriguaçu.
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