24/01/2024 às 11:58
Parlamento Indígena do Brasil e Embrapa lançam curso inédito em apoio a reflorestamento
Compartilhar
Nesta quarta-feira (24), na sede da Embrapa, em Brasília/DF, acontece o lançamento do curso EaD “Semeando Florestas em Terras Indígenas”, que faz parte do projeto com o mesmo nome, uma iniciativa do Parlamento Indígena (Parlaíndio) e da Associação Metareilá do Povo Paiter Suruí, com a parceria técnica da Embrapa Florestas e o apoio da Embaixada da França no Brasil. O EaD é um apoio ao objetivo do projeto de estimular os próprios povos originários a reflorestar suas terras indígenas degradadas. A meta inicial é plantar 1 milhão de árvores por ano. O evento acontece na sede da Embrapa (Brasília/DF).O EaD, a ser disponibilizado na plataforma E-campo da Embrapa, é composto por 25 videoaulas e apostilas ilustradas com as melhores práticas de manejo florestal. Este curso inédito tem quatro módulos de conhecimento: Módulo 1 - Coleta, beneficiamento, germinação e armazenamento de sementes; Módulo 2 - Instalação de viveiros de pequeno porte; Módulo 3 - Produção de mudas de espécies florestais. Em 2024, serão lançados mais dois módulos: Módulo 4 – Semeando as sementes no campo e o Módulo 5 – Plantando as mudas em campo.A partir do lançamento, o curso estará disponível gratuitamente para todas as comunidades indígenas e demais públicos interessados em reflorestar suas áreas degradadas através de um acesso simples aos sites do Parlamento Indígena do Brasil (www.parlaindiobrasil.com.br) e da Embrapa (www.embrapa.br/e-campo) que poderá ser feito pelo computador, notebook ou até mesmo pelo celular. Ao final do curso, os participantes que acessarem e concluírem o curso completo pelo site da Embrapa receberão um certificado de capacitação. Para as aldeias com dificuldade de acesso à Internet, mas com acesso a computador, serão disponibilizados pen drives com todo o conteúdo do curso.A segunda etapa do projeto “Semeando Florestas em Terras Indígenas”, que também será anunciada no evento de lançamento pelo cacique Raoni Metuktire, presidente de honra do Parlamento Indígena, e pelo cacique Almir Narayamoga Suruí, coordenador executivo do Parlaíndio Brasil, consiste na mobilização de dezenas de aldeias e comunidades indígenas, na Amazônia e demais biomas brasileiros, para criarem brigadas florestais indígenas em suas terras, a fim de empreender a restauração florestal em seus próprios territórios. Para apoiar e direcionar esse esforço coletivo, foi elaborado um “Plano Mestre de Restauração Florestal de Terras Indígenas” que será colocado à disposição das lideranças e associações dos povos indígenas interessados. Várias lideranças tradicionais que integram o Parlamento Indígena do Brasil já anteciparam a intenção de aderir ao projeto.“Nosso objetivo é atuar em novas frentes, como projetos de sustentabilidade ambiental, manejo florestal e agrofloresta valorizando o empreendedorismo e o protagonismo indígena a partir de experiências bem-sucedidas já realizadas por diversos povos indígenas do Brasil. O projeto “Semeando Florestas em Terras Indígenas” tem esse objetivo e terá como meta inicial 1 milhão de árvores por ano plantadas pelos próprios indígenas dos povos que se interessarem em restaurar suas terras degradadas”, afirma o cacique Almir Narayamoga Suruí, coordenador executivo do Parlaíndio e cacique geral do povo Paiter Suruí, reconhecido internacionalmente por seus projetos inovadores de sustentabilidade ambiental implantados no território de seu povo.Segundo o chefe geral da Embrapa Florestas, Erich Schaitza, o projeto vai estimular os povos indígenas a empreender a restauração florestal de seus territórios. “É uma base de orientação técnica disponível on-line que vai facilitar a formação de agentes florestais indígenas e fundamentar o trabalho prático no campo. A Embrapa tem diversas informações sobre restauração florestal e espécies nativas brasileiras e fazer esta informação chegar aos diversos públicos faz parte da nossa missão. Este trabalho junto aos povos indígenas será uma troca importante de conhecimentos”, afirma.O Curso integra um conjunto de ações da Embrapa em apoio aos povos indígenas que visam contribuir para a segurança alimentar e nutricional, a geração de renda e o manejo e o uso sustentável da biodiversidade por essas populações. “A Embrapa valoriza os saberes, a cultura e as formas de organização dos povos indígenas e está empenhada em levar o melhor da ciência para contribuir com o desenvolvimento sustentável dessas comunidades e de seus territórios”, afirma a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá.:: Sobre o Parlaíndio BrasilO Parlamento Indígena do Brasil foi concebido em outubro de 2017 numa reunião de lideranças tradicionais indígenas e lançado oficialmente numa assembleia virtual em maio de 2021 com a missão de ser um espaço de voz e de articulação política para que os anciãos, pajés e caciques mais antigos, detentores dos saberes tradicionais, da tradição cultural e da espiritualidade ancestral, possam participar das assembleias do Parlaíndio Brasil presencialmente ou diretamente de suas aldeias em reuniões virtuais via internet. Assim eles podem assumir seu protagonismo e participar ativamente da discussão nacional das questões indígenas, conquistar visibilidade política e denunciar, à sociedade brasileira e ao mundo, as graves ameaças aos seus povos e ao meio ambiente, bem como propor alternativas e soluções sustentáveis de forma colegiada e democrática.O Parlamento Indígena do Brasil vem para somar com o movimento indígena nacional com vistas a ampliar a representatividade dos mais de 1,6 milhões de indígenas que vivem no território nacional, distribuídos em 305 povos distintos, que falam mais de 180 línguas nativas. O Parlaíndio Brasil conta desde sua criação com a colaboração voluntária do indigenista Toni Lotar e tem os apoios do Instituto Raoni, da Associação Metareilá do Povo Paiter Suruí, da Fundação Darcy Ribeiro e da Embaixada da França no Brasil.
Compartilhar