Um grupo de trabalho da Embrapa estudou o melhoramento genético para ampliar a ocupação do solo por raízes. Formado por 11 pesquisadores, a pesquisa analisou aspectos jurídicos e agronômicos e apresentou seus resultados na última semana.

A iniciativa, denominada Grupo de Trabalho em Conservação e Manejo do Solo e da Água no Brasil, tem como objetivo assegurar o uso sustentável desses recursos e identificar oportunidades para a Embrapa atuar em temas relevantes para a agricultura nacional.

A pesquisa concluiu que as soluções genéticas são essenciais para aumentar a densidade, profundidade e persistência das raízes de gramíneas consorciadas com culturas de interesse socioeconômico.

"São as raízes que estabilizam a atividade biológica e, em decorrência, a estrutura do solo, assegurando fluxos de energia satisfatórios e matéria no perfil do solo", explica José Denardin, pesquisador da Embrapa Trigo e coordenador do grupo de trabalho. Segundo ele, ao se aprofundarem, as raízes formam poros contínuos que facilitam o fluxo de calor, água, ar e nutrientes para as plantas cultivadas.

O estudo destaca que esse processo é fundamental para o Sistema Plantio Direto, trazendo maior infiltração de água no solo – prevenindo enxurradas e erosão em períodos chuvosos – e maior disponibilidade hídrica para as plantas em tempos de seca.

Além disso, o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Clenio Pillon, ressalta que há outras frentes importantes no manejo conservacionista do solo e da água, como o desenvolvimento de indicadores socioeconômicos de baixo custo para monitorar boas práticas agrícolas.

Com esses indicadores, é possível criar incentivos para estimular práticas sustentáveis, como o Sistema Plantio Direto e a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta. Além de diminuir os riscos de eventos extremos e aumentar as chances de boas colheitas, essa abordagem pode tornar os seguros rurais mais acessíveis.