Experimentos conduzidos pela Embrapa em Alagoas, em colaboração com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapeal), prefeituras e produtores rurais, têm demonstrado alta produtividade no cultivo de tomates.

A supervisora Flávia Teixeira destaca que, com técnicas de cultivo protegido, já foram alcançadas mais de 70 toneladas por hectare, superando a produtividade média estadual de 56 t/ha. Esses resultados positivos são alcançados por meio de um trabalho contínuo com híbridos de tomate e estratégias inovadoras, como o uso de telas de ráfia de diferentes cores.

Entre os testes realizados, estão o uso de telas vermelha e preta, tanto com quanto sem cobertura do solo. A pesquisa tem revelado a boa adaptação dos híbridos, que têm suportado altas taxas de salinidade na água, e a qualidade dos frutos tem se destacado pela aparência e sabor agradáveis, com produtividade comparável à dos cultivos em água doce. A eficiência do sistema de cultivo protegido tem sido fundamental, já que as hortas têm se mostrado mais resilientes ao calor intenso das regiões do sertão.

Os experimentos também focam em técnicas para mitigar o estresse térmico nas hortaliças cultivadas nas condições áridas do sertão alagoano. O trabalho conta com o apoio de técnicos de assistência técnica e extensão rural, e busca aprimorar a produção de tomates com alta qualidade. Flávia Teixeira reforça que, apesar dos testes ainda estarem em andamento, os resultados prometem uma produção mais sustentável e eficiente.

Na propriedade de Delmiro Gouveia, foi instalado um campo de produção com o híbrido de tomate BRS Sena, utilizando quatro sistemas de cultivo. As estruturas de cultivo protegido com telas de ráfia, junto a técnicas como o mulching, têm oferecido maior conforto térmico para as plantas, permitindo um aumento na produtividade e na qualidade dos frutos, mesmo sob altas temperaturas e intensa radiação solar típicas do sertão alagoano.

Além da instalação de campos experimentais em outras áreas, como Olho d’Água do Casado e Arapiraca, o projeto também visa avaliar a viabilidade econômica para pequenos produtores. Em Maceió, o tomate produzido está sendo vendido para programas governamentais e restaurantes, que reconhecem a superioridade do produto em termos de qualidade. As iniciativas também geram apoio à agricultura familiar no estado, beneficiando diretamente os produtores locais.

Para os extensionistas, a diversidade de técnicas apresentadas, como o cultivo do tomate BRS Equatorial, traz inovação e aumenta a produtividade. Eles enfatizam que essas práticas ajudam a agregar valor ao produto final e diversificar a produção agrícola, tornando-a mais competitiva e sustentável. O apoio técnico tem mostrado ser um diferencial importante para os agricultores locais.

Além do tomate, outros experimentos estão sendo realizados com hortaliças como alface e melão. O fruticultor Cícero Roberio dos Santos obteve um recorde de produtividade com o melão BRS Anton, colhendo 45 t/ha. A integração de cultivos tem se mostrado vantajosa, com baixos custos de produção e alta rentabilidade, especialmente após a colheita do tomate.

O projeto "Produção de tomate pela agricultura familiar no Agreste" visa aumentar a produtividade e a qualidade dos frutos, incorporando práticas conservacionistas. Ele é realizado em parceria com várias instituições e órgãos governamentais, como a Fapeal, a Emater e o Sebrae, e conta com apoio de empresas privadas. O projeto também está sendo utilizado como base para o desenvolvimento de um Trabalho de Conclusão de Curso na área de agronomia, o que reforça a importância acadêmica e prática da iniciativa.