09/11/2023 às 13:19
Pesquisadora da Embrapa alerta para riscos de mais seca e ciclones
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Com o progressivo aumento na emissão de gás carbônico à atmosfera, os sistemas agrícolas tropicais “estão entre os mais vulneráveis aos impactos negativos da mudança climática”. O alerta foi feito, nesta quarta-feira (8), pela pesquisadora Sílvia kanadani Campos, da Superintendência de Estratégia da Embrapa sede, na palestra de abertura da IX Jornada Científica da Embrapa Meio-Norte, que será desenvolvida até a próxima sexta-feira 10, em Teresina.Segundo ela, está previsto o aumento na “frequência de eventos climáticos extremos”, como secas e ciclones, que são tempestades tropicais que têm origem em zonas de baixa pressão atmosférica, que se formam geralmente nos oceanos, causando estragos nas zonas urbanas e rurais. Portanto, o planeta Terra tem desafios de dimensões amazônicas nas próximas décadas. É uma corrida sem linha de chegada.A população mundial, até 2050, deve beirar os 10 bilhões de pessoas (hoje somos quase 8 bilhões). E é preciso alimentar toda essa gente. Focando o tema das “megatendências da agropecuária” a cientista foi otimista e lembrou, entre outros avanços, que o mundo, nos últimos anos, tem alcançado mudanças rápidas em tecnologia, hiperconectividade, globalização, automação, além de integração de conhecimentos tecnológicos.:: Avanço na agropecuáriaComo resultado de todo esse avanço, a pesquisadora citou o que vem acontecendo nos últimos 50 anos na agricultura brasileira. “Houve uma redução de 40% no valor da cesta básica; a produção de grãos aumentou 5 vezes; a produtividade do trigo e do milho, importantes cereais na dieta dos brasileiros, aumentou 240%; a produtividade do arroz cresceu 315%; o rebanho bovino dobrou; a produção de carne de frango cresceu 59 vezes; e o Brasil é hoje referência em biocombustíveis e energia limpa”.O enfrentamento às adversidades no meio ambiente brasileiro também foi lembrado pela cientista. Ela destacou que Plano ABC, direcionado à descarbonização da agricultura, executado pelo Governo Federal desde 2020, tem metas até 2030 que reforçam o otimismo dos cientistas. Pelo plano, serão recuperados 30 milhões de hectares de áreas degradadas; mais 10,10 de hectares em sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta; mais 12, 5 milhões de hectares em sistema de plantio direto; e mais 4 milhões de hectares com florestas plantadas.A cientista falou também das potencialidades do Brasil na transição energética, hoje, citando os avanços em hidrogênio verde, carro elétrico, etanol e biodiesel, bem como a energia solar e eólica. Ela destacou a biomassa e os resíduos no centro da economia circular agrícola. “Temos potencial para ampliar o uso de biomassa e resíduos do campo como fontes de energia”, disse.:: IA e ética na pesquisaA Jornada Científica foi aberta precisamente às 9 horas, com a apresentação do Grupo Instrumental do Instituto Federal de Educação do Piauí (IFPI), que, sob a regência do professor Emanuel Nunes, executou seis músicas. Além da pesquisadora Sílvia Kanadani Campos, foi palestrante, também pela manhã e de forma virtual, a professora Jannayna Tavares, que falou sobre Habilidades emocionais essenciais para o profissional do futuro. No período da tarde, de forma presencial, houve a apresentação de trabalhos dos estudantes.
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