08/10/2024 às 14:52

Pesquisadores recomendam vazio sanitário de 24 meses para combate ao Moko da Bananeira

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Cientistas da Embrapa Amazônia Ocidental (AM) e Embrapa Roraima recomendam um período de 24 meses de vazio sanitário para a recuperação de áreas afetadas pela murcha-bacteriana, também conhecida como moko da bananeira, causado pela bactéria Ralstonia solanacearum raça 2. Essa praga, considerada quarentenária e sob controle oficial, está presente em estados como Amapá, Amazonas, Roraima, Pará, Pernambuco, Rondônia e Sergipe.

O moko é uma das doenças mais destrutivas das bananeiras, especialmente em áreas de várzea da Amazônia, onde inundações anuais contribuem para a disseminação da bactéria através das águas dos rios. A doença se espalha facilmente em regiões alagadas, como nos municípios de Tabatinga e Manicoré, no Amazonas, onde a erradicação é praticamente impossível devido às inundações recorrentes.

Nas áreas de terra firme, a R. solanacearum sobrevive por um período limitado no solo, desaparecendo na ausência de resíduos da planta hospedeira. Assim, os pesquisadores recomendam um vazio sanitário de dois anos nessas áreas antes de reintroduzir mudas sadias. O controle químico da doença não é eficaz, pois a bactéria afeta o sistema vascular da planta, e atualmente não há cultivares resistentes.

Em pesquisa recente conduzida pela Embrapa, foi realizado um experimento em solos infestados, que mostrou que a bactéria sobrevive por até 10 meses em Latossolo Amarelo e por até 8 meses em Argissolo. Após o vazio sanitário de 24 meses, é possível replantar bananeiras sadias no local.

Medidas de Controle e Prevenção Entre as recomendações dos pesquisadores estão:

  • Plantio de mudas certificadas e comprovadamente livres da doença;

  • Desinfestação de ferramentas agrícolas com formaldeído ou água sanitária após o uso;

  • Eliminação do "coração" da bananeira para evitar transmissão por insetos;

  • Inspeções periódicas para detecção precoce da doença.


Essas medidas visam impedir a disseminação antrópica da bactéria e garantir a recuperação das áreas afetadas. A pesquisa está alinhada com diversos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, incluindo Fome Zero e Agricultura Sustentável, Consumo e Produção Sustentáveis, e Vida Terrestre.
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