12/07/2024 às 08:28

PIB do agro cai 2,2% no primeiro trimestre deste ano

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Mantendo o movimento observado no ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro, calculado pelo Cepea-Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), recuou 2,2% no primeiro trimestre de 2024.

Com isso, e considerando-se também o desempenho da economia brasileira como um todo até o momento, o PIB do agronegócio pode responder por cerca de 21,5% do PIB do País neste ano, abaixo dos 24% registrados em 2023.

Segundo pesquisadores do Cepea/CNA, esse resultado do agronegócio foi influenciado sobretudo pelos menores preços, mas também pela queda na produção de importantes produtos do setor, especialmente na agricultura dentro da porteira.

O ramo pecuário, contudo, amenizou o resultado negativo, tendo em vista os desempenhos positivos dos segmentos agroindustrial e agrosserviços. Assim, pela perspectiva dos ramos do agronegócio, enquanto o agrícola caiu 3,83%, o pecuário avançou 1,68%.

Insumos

O PIB dos insumos recuou 4,9% no primeiro trimestre do ano, com quedas nos ramos agrícola e pecuário, impactado negativamente pelas desvalorizações dos fertilizantes, defensivos, máquinas agrícolas e rações.

Para as indústrias de máquinas agrícolas e defensivos, também se observou retração da produção esperada.

Primário

O PIB do segmento primário do agronegócio recuou 3,43% no trimestre, declínio atribuído tanto à agricultura quanto à pecuária.

Segundo pesquisadores do Cepea/CNA, o desempenho da agricultura foi impactado negativamente pela desvalorização de importantes commodities que compõem o segmento, como algodão, café, milho, soja, trigo, entre outros, combinada à projeção de queda da produção anual, com destaque para o milho e a soja.

Esse cenário persistiu mesmo com a redução dos custos com insumos. No caso da pecuária, pesquisadores do Cepea/CNA explicam que o resultado negativo refletiu a baixa nos preços de atividades importantes, como bovinos para corte, leite e suínos. A queda na pecuária, no entanto, foi amenizada pela expansão importante da produção de bovinos, ovos e leite.

Agroindústria

No segmento agroindustrial, a diminuição de 1,31% no PIB esteve atrelada ao recuo nas indústrias de base agrícola (-2,81%), apesar do crescimento nas de base pecuária (4,23%).

Na indústria agrícola, a queda no PIB ocorreu principalmente devido aos preços mais baixos (sobretudo do óleo vegetal, biocombustíveis e celulose e papel), mesmo com o aumento da produção industrial e a redução dos custos com insumos.

Na indústria pecuária, apesar das pressões decorrentes da queda nos preços, o PIB foi sustentado pelo aumento esperado na produção de carnes e pescados, couro e calçados e, em menor grau, laticínios.

Agroserviços

O PIB do segmento de agrosserviços caiu 1,57%. Neste caso, também houve descompasso entre os agrosserviços do ramo agrícola, que recuaram 3,98% no trimestre, e os agrosserviços do ramo da pecuária, que cresceram 3,91%.

De forma geral, estes resultados refletem as dinâmicas dos segmentos a montante.
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