Os preços da soja registraram comportamentos distintos nos Estados Unidos e no Brasil na última semana, destaca o mais recente boletim do Cepea-Esalq/USP, divulgado nesta segunda-feira (20).

Segundo pesquisadores do centro, enquanto as cotações externas foram impulsionadas por estimativas de menor produção norte-americana e pela demanda aquecida, os valores internos foram pressionados por expectativas de safra recorde no País.

"De modo geral, a liquidez esteve menor nos últimos dias no Brasil, uma vez que o remanescente da safra 2023/24 é baixo e a colheita da temporada 2024/25 ainda está no início", pontua o Cepea.

Quanto à temporada 2024/25 brasileira, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) mantém a projeção recorde de 169 milhões de toneladas de soja, 10,5% acima do volume da safra passada.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica que devem ser produzidas 166,33 milhões de toneladas, também um recorde.

Milho 

Os preços do milho continuam firmes no mercado brasileiro, sustentados pela retração de vendedores, estimativa de baixos estoques e demanda aquecida.

"A necessidade de repor estoques manteve parte dos compradores ativa no spot nacional ao longo da última semana, enquanto produtores seguiram focados nos trabalhos de campo", explica o Cepea.

Segundo dados da Conab analisados pelo Cepea, o estoque de passagem da safra 2023/24, que termina agora em janeiro, foi estimado em 2,53 milhões de toneladas, bem abaixo das 4,42 milhões de toneladas projetadas em dezembro, refletindo o aumento das exportações, que foram atualizadas para 38,5 milhões de toneladas.

Feijão 

A colheita da primeira safra de feijão avança no Brasil, com destaque para o Paraná, onde os trabalhos chegaram a 74% de área colhida, até o dia 13 de janeiro, conforme dados do Departamento de Economia Rural (Deral), analisados pelo Cepea.

Segundo o Centro de Pesquisas, a maior parte dos grãos ofertados nessa fase apresenta notas 8 e 8,5, especialmente da variedade Sábia, conhecida pelo rápido escurecimento.

Já a disponibilidade de feijões de alta qualidade (notas 9 e 10) permanece escassa, tanto no Paraná quanto em outras regiões produtoras.

"Esse cenário reflete os impactos climáticos, que comprometeram a qualidade em algumas áreas e a natureza da oferta sazonal", justifica o Cepea.