09/12/2024 às 13:45

Preços do milho e da soja avançaram na última semana, diz Cepea-Esalq/USP

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De forma atípica para esta época do ano, o mercado interno de soja apresenta maior liquidez neste começo de dezembro, devido ao dólar alto, que vem atraindo agentes ao spot nacional.

Boletim diário do Cepea-Esalq/USP, divulgado nesta segunda-feira (9), destaca que a moeda norte-americana valorizada frente ao Real torna a oleaginosa brasileira mais competitiva no mercado global, o que, consequentemente, resulta em maior disputa entre consumidores domésticos e externos.

"O volume de negócios, contudo, foi limitado pela resistência de uma parcela vendedora, que prefere comercializar o remanescente da safra 2023/24 apenas no primeiro bimestre de 2025", ressalta o centro de pesquisas.

"Diante desse cenário, os preços da soja se sustentaram no Brasil ao longo da última semana", conclui.

Milho 

Compradores domésticos seguem afastados do mercado spot, e as exportações brasileiras de milho – assim como verificado ao longo de toda a atual temporada – estão em ritmo muito lento.

Apesar disso, ressalta o Cepea-Esalq/USP, vendedores também se retraíram do spot nacional na última semana, e os preços do milho reagiram.

"Enquanto compradores estão de olho no clima favorável, que pode resultar em maior volume de milho nos próximos meses, e na lentidão das exportações, que pode aumentar os estoques de passagem, vendedores estão atentos ao desenvolvimento das lavouras da safra verão", explica o centro de pesquisas.

Assim, no geral, a liquidez é baixa. "É comum que as negociações no físico nacional se reduzam nesta época do ano. Além de agentes trabalharem com o produto em estoque e/ou comprometido em períodos anteriores, muitos evitam comercializar o cereal por questões fiscais", conclui o boletim.

Feijão 

Os valores dos feijões seguiram em queda ao longo da semana passada, pressionados pela retração da demanda e do aumento da oferta.

As desvalorizações mais intensas foram observadas para o feijão carioca notas 8,0 a 8,5 e para o preto.

Do lado da demanda, as vendas de atacado e varejo seguem lentas, um comportamento típico para este período que antecede as comemorações de final de ano. Com um mercado mais retraído, empresas têm optado por compras pontuais.

Quanto à oferta, ainda que parte dos produtores opte por restringir o volume de produto de melhor qualidade, apostando em cotações mais atrativas, há lotes que começam a perder cor, sendo reclassificados com menores notas e comercializados a preços inferiores.

"Isso justifica as desvalorizações mais intensas para o feijão carioca notas 8,0 a 8,5, sobretudo nas regiões do Centro-Oeste", avalia o Cepea-Esalq/USP.
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