Com a chegada da primavera, as paisagens se transformam e os jardins ganham mais vida e cor. Para os produtores de flores, especialmente na região de Barbacena, em Minas Gerais, um dos maiores polos de flores de corte do país, essa época do ano é sinônimo de trabalho intenso. O último trimestre, marcado pelas festas de fim de ano e formaturas, impulsiona a demanda por flores, trazendo otimismo após os desafios enfrentados durante a pandemia, que afetou significativamente o setor.

Entre os dias 10 e 13 de outubro, acontece a 52ª Festa das Rosas e Flores de Barbacena, no Parque de Exposições Senador Bias Fortes. O evento, já tradicional na cidade, celebra o esforço e a dedicação dos produtores com uma exposição de flores e estandes decorados, além de ser uma oportunidade para impulsionar as vendas e a promoção de suas marcas. “Os produtores estão sempre investindo em novas técnicas e buscando variedades mais belas para agradar os clientes”, destaca Carlos do Carmo Rodrigues, coordenador Regional de Culturas da Emater-MG.

Mário Raimundo de Melo, produtor com 27 anos de experiência no Sítio Candeias, que abrange as cidades de Barbacena e Alfredo Vasconcelos, compartilha os desafios da produção de flores. Segundo ele, o mercado é exigente e competitivo, com produtos perecíveis que demandam cuidado minucioso em todas as etapas, desde o cultivo até o transporte, que requer câmaras frias para preservar a qualidade. “É um trabalho que exige muita mão-de-obra, mas estamos enfrentando dificuldades para contratar, mesmo com salários melhores e mais benefícios”, explica o agricultor.

Além disso, os produtores têm enfrentado o aumento dos custos de insumos como energia elétrica, defensivos agrícolas e embalagens, além dos royalties das flores, cotados em moedas estrangeiras. “Os custos de produção subiram muito, então precisamos ser estratégicos para evitar prejuízos”, alerta Mário.

Para otimizar a comercialização, ele e outros produtores da região estabeleceram parcerias com a Cooperflora, que faz a venda da produção em Holambra, São Paulo. Com a alta demanda de fim de ano, principalmente para eventos como o Réveillon, onde são requisitadas rosas brancas e amarelas, o trabalho é intenso, mas os resultados têm sido recompensadores para os produtores.