25/02/2025 às 10:01
Produtores rurais sofrem com avanço descontrolado de javalis em São Paulo
Compartilhar
As perdas no setor agropecuário brasileiro devido à invasão de javalis têm se tornado um problema crescente, especialmente no estado de São Paulo. Esses animais, considerados uma espécie exótica e invasora, causam danos significativos às plantações, pastagens, infraestrutura rural, ao meio ambiente e à segurança do produtor rural. Eles se alimentam de diversas culturas, como milho, soja e cana-de-açúcar, reduzindo a produtividade e trazendo prejuízos diretos aos agricultores. Além disso, ao revirarem o solo em busca de alimento, comprometem a qualidade da terra e dificultam o replantio, gerando custos adicionais para os produtores.O presidente do Sindicato Rural de Monteiro Lobato, no Vale do Paraíba Paulista, Carlos Renato Prince, ressalta que a situação está saindo do controle e agravando a situação de muitos pequenos produtores da região. Essa semana ele foi alertado que mais de 60% de sua plantação de sorgo foi destruída pelos animais, causando prejuízo econômico e colocando em risco a sanidade de seu rebanho, já que também é produtor de leite.“Sabemos que há o risco de transmissão de doenças como a peste suína, além da brucelose e a tuberculose, e em alguns casos raros a aftosa, para animais e trabalhadores do campo. Sem contar que os javalis comem até bezerros. Agora é amargar o prejuízo financeiro”, frisou Prince.No setor pecuário, os javalis representam uma grande ameaça à sanidade animal, pois podem transmitir doenças graves, como a peste suína clássica, afetando rebanhos suínos. Essa situação preocupa criadores, especialmente em São Paulo, onde a produção pecuária tem grande importância econômica. O aumento da população de javalis também gera impactos indiretos, como o risco de acidentes em estradas rurais e conflitos com moradores e trabalhadores do campo, tornando a presença desses animais um problema de segurança pública, por não ter como vaciná-los.“É vital que se tomem medidas urgentes para o manejo e abate desses animais, dentro da legislação brasileira. Há um acúmulo de perdas dos produtores que fragiliza ainda mais a condição do homem do campo, que investe tudo o que tem em suas culturas e vê a plantação dizimada e seus animais em risco, além da segurança da própria vida”, ressaltou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Tirso Meirelles.Diante desse cenário, medidas de controle têm sido adotadas, como o manejo autorizado pelo Ibama e incentivos para a caça controlada da espécie. No entanto, o avanço dos javalis continua desafiando as estratégias de contenção, exigindo um esforço conjunto entre produtores, órgãos ambientais e especialistas para minimizar os prejuízos ao agronegócio. Soluções como cercas elétricas, caça, armadilhas e o monitoramento contínuo são fundamentais para evitar que os impactos econômicos e ambientais se agravem ainda mais no Brasil e, especialmente, em estados como São Paulo.:: ToxoplasmoseOs javalis são considerados potenciais transmissores da toxoplasmose, pois podem atuar como hospedeiros intermediários do Toxoplasma gondii, o parasita causador da doença, que pode causar dores no corpo, febre, confusão mental e convulsões, entre outros. Eles podem se infectar ao ingerir alimentos ou água contaminados. A carne de javali, se consumida crua ou mal cozida, representa um risco significativo de transmissão para humanos, assim como o contato com secreções ou tecidos contaminados durante o manejo dos animais. Por isso, é essencial adotar medidas de biossegurança, como o correto cozimento da carne e o uso de equipamentos de proteção ao lidar com javalis.
Compartilhar