13/02/2025 às 16:06

Projeto da Embrapa impulsiona a produção de ácida tahiti no semiárido nordestino

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A limeira ácida 'Tahiti' tem ganhado destaque no Semiárido nordestino, especialmente no Vale do São Francisco, como uma alternativa promissora para os fruticultores da região.

Por meio de um convênio entre a Embrapa Semiárido e a Eletrobras, foram implantadas áreas demonstrativas de 0,5 hectare em propriedades de agricultura familiar no município de Casa Nova, na Bahia. A iniciativa, que também conta com o apoio da prefeitura, busca demonstrar o potencial da cultura e incentivar sua adoção por pequenos produtores.

Pesquisas indicam que a limeira ácida 'Tahiti' se adapta bem às condições climáticas locais, produzindo frutos de alta qualidade, mediante o uso de técnicas de manejo mais simples em comparação com outras espécies cítricas.

“Estamos trabalhando para que essas áreas sirvam como vitrine tecnológica. Os resultados observados até agora mostram que a cultura pode ser uma excelente opção para a diversificação de renda no Semiárido”, afirma a pesquisadora Débora Bastos, da Embrapa Semiárido.

A limeira ácida 'Tahiti' se destaca pela rusticidade e facilidade de manejo, possibilitando sua adoção tanto por grandes produtores quanto pela agricultura familiar, contribuindo para a diversificação da produção regional.

Nos últimos anos, o interesse pela cultura cresceu, impulsionado pela crise enfrentada por outros estados produtores de citros, como São Paulo e Minas Gerais, devido ao greening (HLB), doença que tem dizimado pomares no país. De acordo com Bastos, o clima do Semiárido oferece um ambiente menos propício para o desenvolvimento do greening e outras doenças, garantindo maior segurança fitossanitária. Isso, aliado à qualidade dos frutos, torna a região atrativa para os mercados interno e externo.

Com o uso do manejo adequado e da irrigação por gotejamento, a limeira ácida 'Tahiti' tem alcançado altos índices de produtividade no Semiárido. Em uma área experimental de 0,5 hectare, cultivada com a cultivar copa 'CNPMF 02' e o porta-enxerto 'San Diego', foram colhidas 341 caixas de 25 kg entre setembro de 2024 e janeiro de 2025, totalizando 25,52 kg por planta e 17 toneladas por hectare.

Os dados econômicos também empolgam: a receita bruta em 0,5 hectare alcançou R$ 29 mil, com preços variando entre R$ 70 e R$ 100 por caixa. “Isso demonstra o grande potencial da cultura para agricultores da região”, destaca a pesquisadora.

Além disso, o escalonamento da produção possibilita atender às épocas de maior demanda e melhores preços, como entre agosto e novembro. Essa estratégia amplia as oportunidades de comercialização, tanto no Brasil quanto no exterior.
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