18/11/2024 às 14:15
Protagonismo das ciências agrárias brasileira contribui com debate dos desafios globais na COP 29
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A pesquisa e a inovação agropecuária desenvolvidas pela Embrapa estão entre os destaques que o Brasil está apresentando para o cenário de debates da 29ª Conferência das Partes (COP29) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC), entre os dias 11 e 22 de novembro, em Baku, no Azerbaijão. Durante o período, representantes dos países signatários, observadores de organizações internacionais, sociedade civil e a academia, estarão reunidos em torno da agenda global que pode contribuir com a melhoria das condições do futuro do planeta e terão a oportunidade de compartilhar conhecimento e informação sobre o esforço da ciência brasileira na reversão do cenário das transformações climáticas.A importância da presença brasileira no evento também está relacionada principalmente à expectativa em torno da COP 30, a ser realizada ano que vem, em Belém (PA), e ao papel do País na Troika das Presidências das COPs, primeira articulação entre as presidências de diferentes Conferências da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o Clima, formada por Emirados Árabes Unidos, Azerbaijão e Brasil. Os três países deverão estar entre os primeiros a apresentarem seus novos compromissos climáticos nacionais, alinhadas à meta de limitar o aumento da temperatura global a 1,5ºC.Representando a Embrapa, a presidente da Empresa, Silvia Massruhá, e a diretora de Inovação, Negócios e Transferência de Tecnologia, Ana Euler, têm participação confirmada em painéis de debates com representantes estrangeiros, envolvendo temas, como sustentabilidade, descarbonização, métricas e indicadores de produção sustentável, mitigação e adaptação aos efeitos da mudança do clima, assim como projetos e atividades que possam dar suporte à revolução sustentável globalmente, à transição energética, à saúde única e transição nutricional, à inclusão socioprodutiva e digitalização no campo e à atenção à ciência tropical, desde a biotecnologia até as ciências ôhmicas, direcionadas para a solução de problemas que envolvem especialmente a segurança alimentar do mundo. Além disso, há a previsão de realização de reuniões bilaterais com parceiros como FAO, CGIAR e CSIRO."Trata-se de uma oportunidade de interlocução com entidades e organismos internacionais, na busca por parcerias que contribuam com o setor agropecuário e com a preservação ambiental", avalia a presidente. "Além do mais, é um evento global de ações e projetos voltados à superação do desafio da crise climática, reforçando a importância da agricultura tropical, no conjunto de soluções para o planeta".A programação de participações da presidente da Embrapa teve início no dia 15, como convidada do painel sobre Inovação Agroalimentar: Soluções Pioneiras para Ação Climática, onde dividiu o debate com o presidente do Good Food Institute (GFI) Bruce Friedrich, abordando temas desde o monitoramento de culturas por meio de ferramentas de Inteligência Artificial (IA) até às tecnologias relacionadas a proteínas alternativas e alimentos plant-based, incluindo ainda novas soluções para a utilização de resíduos e fortalecimento de umabioeconomia circular.No dia 16, no Pavilhão da Indústria Brasileira, Silvia esteve presente no painel Produção Agrícola Sustentável e o Mercado Global: como as diferenças entre os climas impactam nas regulamentações locais. Na pauta, o debate girou em torno das diferenças entre os tipos de clima influenciam a produção agrícola e como os governos devem lidar com as diferenças para propor regulamentações que contribuam com as particularidades de climas e condições agronômicas específicas. Nesse contexto, a presidente da Embrapa buscou destacar o papel da ciência em prover ferramentas para compreender diferentes cenários e gerar soluções customizadas.Em seguida, no Pavilhão do IICA (Pavilhão da Agricultura Sustentável das Américas), a presidente participou do painel Produção Pecuária Sustentável no Cone Sul das Américas, onde abordou iniciativas relacionadas à promoção da sustentabilidade e o desenvolvimento da produção pecuária do Cone Sul, incluindo a Agenda Global para a Produção Pecuária Sustentável, o Grupo Técnico de Pecuária Sustentável doProcisur; a Plataforma IICA-BID para Gado Sustentável; e a a Mesa Brasileira de Pecuária Sustentável.Na sequência, dia 18, ela estará presente no Pavilhão do Brasil, Blue Zone (COP29), no painel Transparência Climática como Pilar para Investimentos Sustentáveis. O principal ponto da pauta é a entrega do Primeiro Relatório Bienal de Transparência (BTR) do Brasil, que será submetido em 2024 à Convenção do Clima. Massruhá vai falar sobre os desafios e as oportunidades que o setor agropecuário brasileiro enfrenta para garantir transparência nos dados de emissões e mitigação e como pode impactar o acesso a investimentos sustentáveis.O dia seguinte da agenda da presidente, dia 19, na Sala de Eventos Especiais "Hirkan" na Zona Azul COP29, está confirmada a participação da presidente na Sessão de Ciência e Inovação, no Dia da Alimentação e Agricultura da COP29, quando serão destacadas a ciência e a inovação como fatores essenciais da transformação em prol do desenvolvimento de sistemas agroalimentares sustentáveis e de baixas emissões. Em sua abordagem, Silvia vai falar sobre o Brasil como sede da COP 30 em 2025 e sobre os esforços da Embrapa em ciência e inovação agrícola. O painel contará com a participação da Ismahane Elouafi, Diretora Executiva do CGIAR, importante entidade parceira.Ainda no dia 19, Massruhá acompanha, na Zona Azul, Sala de Eventos Especiais, onde será realizado o painel Dos Objectivos Globais à Acão Local: Iniciativas Regionais para Fortalecer Sistemas Agroalimentares Resilientes, que vai apresentar como destaques iniciativas regionais de sucesso em sistemas agroalimentares e o seu papel essencial no avanço da ação nacional e na execução de acordos climáticos globais.A diretora Ana Euler também estará à frente dos debates em alguma das importantes pautas da programação. No dia 13, ela participou do primeiro encontro da delegação nacional presente na COP29 com o vice-presidente Geraldo Alckmin e ministros do MDA, Paulo Teixeira, do Meio Ambiente, Marina Silva e dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara. Entre os temas da pauta, o Fundo Amazônia, o Fundo Clima e o programa Nova Indústria Brasil.No dia 19, durante o evento Governadores da Amazônia Legal, ela apresenta o trabalho da pesquisa, no contexto das estratégias voltadas à medir carbono do solo e na adoção de uma agricultura climaticamente inteligente em regiões tropicais, com especial destaque para as ações e tecnologias de baixo carbono da Embrapa. O painel destina-se a discutir o contexto das emissões, a partir dos eixos relacionados às práticas agrícolas regenerativas, à saúde do solo, à base científica para agricultura tropical e ao papel dos créditos de carbono florestais."Sem dúvida, este é um dos temas mais importantes, com os quais a ciência pode contribuir", avalia a diretora. "Bioeconomia, crédito de carbono e agricultura sustentável são os caminhos para que o futuro seja menos impactado pelos cenários de risco climático que já estão sendo observados claramente em todo planeta". Do painel, além da Embrapa, estarão presentes representantes do IICA e da Bayer, que vão abordar os principais desafios para o avanço das práticas agrícolas, as oportunidades para a expansão da agricultura positiva (saúde do solo, biodiversidade, saúde dos agricultores e segurança alimentar), a integração da ciência com a prática e as soluções baseadas no mercado, voltadas à mitigação das alterações climáticas e ao apoio às práticas agrícolas sustentáveis.Também no dia 19, Euler tem presença confirmada no painel sobre Economia Circular no Agronegócio: Prática e Estratégias para a Sustentabilidade e Resiliência.
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