O Boletim trimestral do Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs), divulgado nesta segunda-feira (25), prevê um gradual enfraquecimento do fenômeno El Niño nos próximos três meses – há chances de transição para neutralidade e uma probabilidade de 60% de formação do fenômeno La Niña no segundo semestre de 2024, de acordo com os modelos de previsão mencionados.

As previsões se baseiam nos modelos estatísticos do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e nos modelos do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do INPE (CPTEC) e da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).

De acordo com as projeções, a precipitação pluvial deve variar de normal a acima da média na maioria das regiões durante o trimestre de abril a junho, especialmente na primeira metade do outono – a expectativa é de maior umidade do ar em abril e maio, enquanto junho pode ser mais seco, com exceção da fronteira com o Uruguai. Em maio, as chuvas tendem a concentrar-se mais ao norte do estado.

Apesar do enfraquecimento do El Niño, eventos climáticos extremos, como tempestades, ventos fortes e granizo, ainda podem ocorrer. Os meses de abril e maio devem ser mais chuvosos devido à passagem de frentes frias, ciclones extratropicais e áreas de instabilidade, principalmente no oeste do estado – há a possibilidade de frio intenso, especialmente no oeste e sul, com possibilidade de geadas em junho.

As temperaturas devem ficar ligeiramente acima da média no norte do estado, próximas da média no centro e ligeiramente abaixo no sul e oeste. Este contraste térmico é influenciado pelas massas de ar mais quentes predominantes no Brasil Central.

Elaborado por especialistas em Agrometeorologia de 14 entidades estaduais e federais relacionadas à agricultura e ao clima, o boletim do Copaaergs é publicado a cada três meses e oferece orientações técnicas para as culturas do período.