23/01/2025 às 16:37
Vendas de máquinas agrícolas recuaram quase 20% no ano passado, diz Anfavea
Compartilhar
O setor de máquinas agrícolas viveu uma forte expansão no início desta década, em compasso com os resultados históricos do agronegócio brasileiro, inclusive durante a pandemia. Foram três anos de crescimento consistente, com um pico de mais de 70 mil unidades vendidas em 2022, entre tratores de roda e colheitadeiras de grãos.No ano passado, o desempenho acabou prejudicado pela redução da safra de grãos, pela queda de preços das commodities pelo segundo ano consecutivo e pela atratividade limitada das linhas de financiamento.Com isso, de acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as vendas de 48,9 mil unidades no atacado representaram recuo de quase 20% em relação a 2023. A queda foi mais evidente justamente no segmento de colheitadeiras, e não tanto no dos tratores. Para este ano, não se espera mudança no patamar de vendas.Segundo a entidade, só uma política consistente de Plano Safra pode fazer o setor ter uma recuperação ao longo deste ano. Já as exportações de máquinas agrícolas tiveram queda de 31%, com envios de 6 mil unidades, e deverão crescer apenas 1% pelas projeções da Anfavea.O ponto de maior atenção no momento é para as importações. O crescimento acentuado dos importados transformou o superávit em déficit na balança comercial desde o ano passado, dobrando o déficit em 2024.Mais de 55% das máquinas importadas são oriundas da China, e 26% da Índia. A participação da China na importação de máquinas nas Américas, por sinal, dobrou em 2024; de 20,7% para 43% em de construção e de 7,7% para 12,7% em agrícolas.“Nos causa grande preocupação o aumento da participação das máquinas importadas nas compras públicas, com destaque para as empresas com menos de 20 empregados. Estamos levando ao poder público essa questão que prejudica o nível de emprego no Brasil, a competitividade das nossas empresas, a inovação e até o atendimento dos clientes, que no final do processo sofrem com falta de uma rede confiável para assistência técnica. O resumo é que todos no país saem perdendo”, avalia o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite.
Compartilhar